Folha de S. Paulo


Sem estabelecer punição, PMDB decide obrigar voto pela Previdência

A Executiva nacional do PMDB referendou a decisão da bancada do partido na Câmara e fechou questão a favor da reforma da Previdência nesta quarta-feira (6).

O placar foi 19 a 3 a favor do fechamento de questão. João Arruda (PR), Mauro Mariani (SC) e o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, foram os que se posicionaram contra a medida.

Na prática, fechar questão significa obrigar os parlamentares do partido a votarem a favor da reforma, sob pena de punições que podem chegar à expulsão da legenda.

No entanto, o ministro Moreira Franco (Secretaria Geral) disse não haver previsão de punição para os infiéis.

"Se tivesse punição prevista, você estava ameaçando ó companheiro", afirmou Moreira ao deixar a reunião.

"Por enquanto não foi estabelecida [punição]", disse o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), tentou explicar a inovação no modelo de fechamento de questão.

"[Haverá] fechamento de questão com punição. O que nós não fizemos foi dizer que tipo de punição será para não parecer que é uma ameaça feita aos deputados e deputadas do PMDB. Vamos, através da comissão de ética, definir a punição de cada um dependendo de um a postura não só do voto, mas também dos encaminhamentos", afirmou Jucá.

O PMDB tem 60 deputados. O governo precisa de 308 votos para aprovar a reforma da Previdência.

Procurando demonstrar otimismo, Jucá disse esperar efeito dominó na base.

"A gente espera que os partidos possam entender o posicionamento do PMDB e também possam fechar questão. Acho que isso facilita a votação dos deputados federais", afirmou o presidente da legenda.

Jucá também comentou a decisão do PSDB de só decidir sobre o fechamento de questão às vésperas da data a ser marcada para a votação.

"O PSDB vai responder pelos seus atos."


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