Folha de S. Paulo


Consultoria contratada por Infraero recomenda privatização da estatal

Estudo da consultoria internacional Roland Berger, contratada para avaliar a Infraero, recomenda uma "privatização gradual" da estatal, segundo a Folha apurou.

A proposta é que sócios privados assumam de 30% a 40% da Infraero e ampliem gradativamente a sua fatia. A sugestão toma como exemplo o modelo de concessão da Aena (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea), criada em 1991, durante reestruturação do setor na Espanha.

Foi o estudo da mesma Roland Berger que concluiu a inviabilidade financeira do investimento da Infraero no Galeão.

Porém, a consultoria recomenda que a União assuma a capitalização, pois ela terá retorno. Em 30 anos, o Estado receberia, em outorga e impostos, mais de R$ 16 bilhões em valores de hoje.

MODELO

A Aena foi concedida à iniciativa privada em 2015. O governo aprovou a entrada de 49% de capital privado. Suas ações subiram mais de 20% só no primeiro dia. Os papéis, que foram vendidas por € 58, hoje são negociados por quase o triplo: € 160.

Com a privatização, o Estado manteve o controle de 51% da empresa e, ao mesmo tempo, arrecadou € 4,2 bilhões (na cotação atual, R$ 16 bilhões).

O principal acionista depois do governo espanhol é o fundo britânico TCI (The Children's Investment Fund), seguido pelo bilionário George Soros, além de fundos soberanos como o de Abu Dhabi, dos Emirados Árabes.
Somada à sua atuação na Espanha, a Aena tem hoje participação nos aeroportos de países como México, EUA e Suécia.

Há no entanto reclamações sobre seu modelo. Com um ambicioso plano de expansão nos anos 2000, a empresa se endividou e teve de demitir 10% do quadro. Também há críticas pelo domínio do mercado, sem concorrência.


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