Folha de S. Paulo


Banco do Brasil vai lançar conta voltada a microempreendedor

Adriano Vizoni/Folhapress
Marcelo Labuto, vice-presidente de negócios de varejo do BB
Marcelo Labuto, vice-presidente de negócios de varejo do BB

De olho nos 5,8 milhões de microempreendedores individuais do país que estão fora de sua base de clientes, o Banco do Brasil está testando uma conta digital para o público MEI com tarifas a partir de R$ 17.

O projeto está sendo experimentado junto a 100 clientes do banco em São Paulo e na Paraíba. A ideia é usar o teste para fazer ajustes tecnológicos e disponibilizar aos demais empreendedores no dia 15 de dezembro.

A conta digital vai ser bem parecida com a Conta Fácil, que o banco oferece para pessoas físicas. O cliente poderá fazer depósitos, saques, consultar extratos e fazer transferências. Ele terá ainda direito a cartão de crédito e de débito. A movimentação financeira está limitada a R$ 10 mil por mês, por normas do Banco Central.

"A gente veio de um processo bem-sucedido que foi a implementação da Conta Fácil na pessoa física. Em 12 meses atingimos 1,4 milhão de novos clientes", diz Marcelo Labuto, vice-presidente de negócios de varejo do BB.

"Isso nos motivou a avaliar uma forma diferente do processo para pessoa jurídica, notadamente o MEI, segmento de clientes que, em períodos de crise financeira, tende a crescer", destaca.

A expectativa do banco é atrair os microempreendedores individuais que não pertencem à base de 1,2 milhão de clientes que o Banco do Brasil tem no segmento.

"Queremos atender o público que procurava o banco e, por causa do processo mais pesado na agência, não conseguia resposta em pouco tempo", afirma Edmar Casalatina, diretor de micro e pequenas empresas.

A conta digital deve ser liberada em 72 horas.

"A gente quer atingir 30% dos 5,8 milhões de microempreendedores que estão no mercado nos próximos 12 meses", ressalta Casalatina.

MIGRAÇÃO

Como a opção digital não prevê operações de crédito para esses clientes, o banco vê espaço para que, conforme a evolução do negócio e a necessidade de investimento, o microempreendedor acabe migrando para contas mais sofisticadas, que incluam empréstimos.

Para abrir a conta, o cliente terá que enviar, de forma digital, o CNPJ da empresa e a declaração de microempreendedor individual.

"Temos preocupação com a segurança e com o processo de validação de documentos por fontes externas", diz Casalatina.

Segundo ele,o banco tem como verificar a validade do CNPJ com a Receita Federal e com outros órgãos.

"Vamos fazer ainda monitoramento por geolocalização, para saber por onde o cliente está fazendo a operação. Se a empresa aparece como estando no Paraná e a localização mostra que ele está em São Paulo, vamos analisar com um cuidado maior", diz.


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