Folha de S. Paulo


Desigualdade salarial de gênero não cai em países ricos e acende alerta

19.dez.2013/AFP
(FILES) This file photo taken on December 19, 2013 shows North Korean employees working at a factory of a South Korean-owned company at the Joint Industrial Park in Kaesong, just a few hundred metres (yards) north of the Demilitarized Zone (DMZ) which separates the two Koreas. South Korea said on February 10, 2016 it would suspend operations at the Kaesong joint industrial complex in North Korea to punish Pyongyang for its latest rocket launch and nuclear test. AFP PHOTO / FILES ORG XMIT: SEO209
Mulheres trabalham em fábrica sul coreana. País lidera desigualdade salarial entre homens e mulheres

A diferença de salário vivida pelas brasileiras, que em 2016 ganhavam 84% do salário de um homem, não é muito diferente da que acontece com as profissionais no exterior.

Levantamento da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, grupo que reúne algumas das economias mais ricas do mundo) mostra que as mulheres que tinham emprego de tempo integral ganhavam 85% do valor recebido por homens.

O dado fez a organização soltar um sinal de alerta no mês passado. Isso porque, apesar de nos últimos cinco anos alguns países terem implementados políticas para reduzir a desigualdade, ela pouco mexeu de 2012 para cá.

A maior diferença está na Coreia do Sul, a nona maior economia mundial e dona do 26º maior PIB per capita. Lá, as mulheres ganham 37% menos do que os homens. A menor está na Bélgica, 3,3%.

Nos EUA, a principal economia do mundo, as mulheres ganhavam 18% menos do que os homens no ano passado, nada muito diferente do cenário observado em 2012, quando a diferença era de 19%.

A explicação da OCDE é que, ainda que as profissionais dediquem mais anos aos estudos (48% têm ensino superior, ante 36% deles), a educação delas geralmente não está voltada para o grupo ciência, matemática, tecnologia e engenharia, que costuma levar a melhores salários.

De cada 5 pessoas que ingressam em cursos universitários de engenharia e informática, só 1 é mulher.

Além disso, é mais comum que elas trabalhem em meio período, o que diminui, na média, os seus ganhos em comparação com os homens.

CARGO DE CHEFIA

Levantamentos internacionais mostram que homens e mulheres trabalhando na mesma empresa e com cargos similares têm uma diferença irrisória de salário. O problema é que elas geralmente vão para cargos com salários menores e com chances reduzidas de promoção.

Menos de um terço dos postos de gerência nos países da OCDE é ocupado por mulheres. Mesmo quando a comparação só leva em conta cargos assim no funcionalismo federal, o número não é muito diferente: 33%,
Até quando buscam trabalhos por conta própria (como ambulante ou motorista de aplicativos, para trazer profissões bem presentes para o brasileiro), elas estão em desvantagem. Na maioria das grandes economias, ganham 20% menos do que os homens.

De acordo com a OCDE, reduzir pela metade a diferença de ganhos entre homens e mulheres elevaria em 2,5 pontos percentuais o PIB global até 2025.


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