Folha de S. Paulo


Auditoria externa terá de avaliar fundos de pensão, diz Previc

A Previc, xerife do mercado de fundos de pensão no Brasil, quer dar mais responsabilidade a auditorias externas na análise do desempenho das grandes fundações, que acumulam deficit históricos nos últimos anos.

A regulamentação da atuação das auditorias, que são responsáveis por avaliar as demonstrações contábeis dos fundos, faz parte de uma série de medidas em elaboração pela Previc para tentar melhorar a governança dos fundos.

"A auditoria deve se manifestar também sobre a qualidade da governança. E, se for em maiores fundações, os requisitos serão maiores", disse o presidente da autarquia, Fábio Coelho.

Em 2016, o rombo acumulado dos fundos de pensão brasileiros foi de R$ 71,4 bilhões, que Coelho atribuiu à recessão econômica, falhas de governança e investimentos problemáticos.

Em evento no Rio, a Petros (fundação dos empregados da Petrobras) anunciou uma série de medidas internas para tentar impedir os erros que o levaram a deficit acumulado de R$ 27,3 bilhões ao fim do ano passado.

Segundo maior fundo do país, a Petros vai criar comitês, com participação de executivos externos, com foco na avaliação de investimentos e em auditoria.

Eles terão o objetivo de analisar propostas encaminhadas aos conselhos deliberativo e fiscal da fundação.

A Petros anunciou este ano a implantação de contribuições extraordinárias para cobrir o rombo de seu principal plano, que, em 18 anos, custarão a seus participantes R$ 14 bilhões.

Maior do país, a Previ já havia anunciado medidas semelhantes. O principal plano da fundação acumulou em 2015 deficit de R$ 16 bilhões, mas superavit desde então evitaram a cobrança extra dos participantes.

A entidade também terá um comitê de auditoria interna e vai mudar a política de investimentos, para pulverizar a carteira de ações.


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