Folha de S. Paulo


Empresa israelense vira fracasso retumbante após aporte de US$ 1 bi

Reuters - 10.out.12
Betterplace
Carro elétrico recarrega sua bateria na então sede da BetterPlace, start-up que faliu em 2013

Há muitos exemplos de sucesso entre start-ups israelenses que focadas em mobilidade, como Mobileye e Waze, mas também há histórias de fracasso —e retumbante.

A companhia Better Place, que buscava acabar com a necessidade de motoristas carregarem carros elétricos criando uma rede com centenas de postos de troca de baterias, operados com auxílio de robôs, foi fechada em 2013 após receber mais de US$ 1 bilhão em investimentos.

A aposta na empresa era tão grande que ela foi o principal caso de sucesso apontado no livro "Startup Nation", em que o investidor Dan Senor e o jornalista Saul Singer descrevem o pujante cenário de inovação em Israel e analisam suas motivações.

Como contam os autores, o próprio Shimon Peres (1923-2016), ex-primeiro-ministro do país, participou de reuniões com executivos e investidores para ajudar a tirar o projeto da companhia do papel.

Ao declarar falência, a companhia afirmou que seriam necessários mais US$ 500 milhões em investimentos e quatro anos para que se tornasse sustentável, mas não foi possível encontrar quem apoiasse o projeto.

A empresa, que chegou a ter acordo com a montadora Renault para produção de carros com baterias que permitiam troca fácil, sofreu com baixa demanda de produtos (vendeu menos de 2.000, enquanto a meta era de centenas de milhares) e teve um prejuízo de US$ 454 milhões em 2012.

Segundo avaliação de Eitan Parnass, presidente da The Green Energy Association (associação de energia limpa de Israel), a quebra da empresa não reflete uma deficiência do mercado israelense. Ela foi resultado da decisão de investidores de não seguirem apostando no projeto no volume e prazo necessário, diz.

O jornalista viajou a convite do Ministério de Relações Exteriores de Israel


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