Folha de S. Paulo


Busca por lucro e falta de controle levaram a fraude, diz Kobe Steel

Paulo Pinto/CBJ
A judoca Stefannie Arissa Koyama, que disputará o Mundial de Budapeste pela seleção brasileira
Hiroya Kawasaki, presidente da Kobe Steel, durante conferência

A Kobe Steel disse nesta sexta-feira (10) que a falta de controles de qualidade e o foco no lucro estão por trás da manipulação generalizada de dados que impactou as cadeias de suprimentos de montadoras e fabricantes de aviões no mundo todo.

A terceira maior siderúrgica do Japão, que teve prejuízos nos últimos dois anos, prometeu automatizar mais operações e reorganizar seus sistemas de controle de qualidade para se recuperar de um dos maiores escândalos corporativos do país.

A empresa de 112 anos admitiu em outubro que funcionários haviam adulterado especificações de produtos, levando montadoras multinacionais, fabricantes de aeronaves e outras empresas a verificar se a segurança ou o desempenho de seus produtos tinham sido comprometidos.

Até agora, não foram identificados problemas de segurança em decorrência da fraude, que envolve principalmente a certificação de resistência e durabilidade dos produtos da Kobe.

Vários funcionários e gerentes em nove fábricas estavam envolvidos na manipulação, informou a empresa em relatório.

Parte da manipulação de dados durou dez anos, disse o diretor-executivo Koji Yamamoto, que não soube informar quando o esquema começou exatamente.

A Kobe disse que ainda não pode prever o impacto financeiro que o escândalo terá. Na semana passada, a Kobe suspendeu a previsão para lucro anual pela primeira vez em três anos.


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