Folha de S. Paulo


Alíquota para exploração de minério de ferro deve ficar menor

Lunae Parracho - 3.jul.15/Reuters
Vista de lagos em mina de exploração de minério de ferro da Vale do Rio Doce no parque dos Carajás em Parauapebas no Pará. *** An overview of Ferro Carajas mine, the world's largest iron ore mine, operated by Brazil's Companhia Vale do Rio Doce, in the Carajas National Forest in Parauapebas, Para State, May 29, 2012. The Ferro Carajas produces some 110 million tonnes of ore yearly, transported nearly 900 km (559 miles) to the Madeira seaport terminal by Vale's Carajas Railroad, which according to the company, operates the world's longest train, comprised of four locomotives and 330 cars. Picture taken May 29, 2012. REUTERS/Lunae Parracho (BRAZIL - Tags: BUSINESS COMMODITIES)
Exploração de minério de ferro da Vale em Carajás (Pará)

O presidente Michel Temer deu aval ao Congresso para mudar o percentual dos royalties pagos por empresas sobre a exploração de minério de ferro, de acordo com o novo marco regulatório do setor.

Sob o temor de que a mudança não avançasse no Congresso, o governo concordou com um pedido de líderes da base aliada para alterar uma das medidas provisórias em tramitação sobre o tema e diminuir de 4% para 3% a alíquota da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais).

A CFEM é a taxa paga pelas mineradoras pelo direito de explorar o solo.

O texto original da MP, de julho, estabeleceu uma alíquota flutuante para os royalties de 2% a 4%, com base no preço do minério de ferro no mercado internacional –quanto maior a cotação, maior seria a taxa.

A comissão do Congresso que analisou o assunto no fim do mês passado, entretanto, mudou a tabela da CFEM e aprovou a cobrança de um percentual fixo de 4%.

O texto foi enviado ao plenário da Câmara sob forte oposição das grandes mineradoras, que rejeitaram o aumento dessa alíquota. Antes da edição da medida provisória, as empresas pagavam 2% sobre a exploração do ferro.

Em reunião no domingo (5), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes da base aliada avisaram ao governo que a medida provisória corria risco de ser derrubada devido à resistência de deputados à cobrança de 4%. Eles recomendaram que Temer cedesse e apoiasse a redução da alíquota.

O presidente e seus ministros concordaram com a mudança, para evitar que o texto fique parado na Câmara e perca a validade. A MP deixará de ter efeito se não for aprovada até o dia 28.

O governo e os líderes sugeriram então uma alíquota de 3% sobre a exploração de minério de ferro, que deverá ser incluída no texto quando o relatório que já foi aprovado na comissão especial for a votação em plenário.

JUSTIÇA

Relator da MP, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) afirmou que considera justa a cobrança de 4% da CFEM sobre o ferro.

"Sempre votei a favor da modernização da economia brasileira, mas estudei esse caso com profundidade e sei que os royalties aqui são os menores em comparação com outros países produtores."

O deputado incluiu na MP a possibilidade de redução extraordinária da alíquota da CFEM do ferro de 4% para até 2% nas pequenas jazidas. A regulação, nesses casos, ficaria a cargo do presidente.

Ele estima que o aumento da alíquota de 2% para 4% geraria uma arrecadação extra de R$ 1,5 bilhão para a União, Estados e municípios.

A alíquota de 3%, portanto, reduziria esse aumento de receita à metade.

O reajuste dos royalties é uma cobrança de Estados e municípios em que há exploração mineral. Do total arrecadado, 12% ficam com a União, 23%, com os Estados, e 65%, com os municípios.


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