Folha de S. Paulo


Soros investe em empresa brasileira de compartilhamento de caminhões

Ruben Sprich/Reuters
O presidente da Soros Fund Management, George Soros fala durante palestra no Forúm Econômico Mundial, em Davos (Suiça). O investidor se desfez no 4º trimestre de 60% dos papéis da estatal brasileira Petrobrás. *** Georges Soros, Chairman of Soros Fund Management, speaks during the session 'Recharging Europe' in the Swiss mountain resort of Davos January 23, 2015. More than 1,500 business leaders and 40 heads of state or government attend the Jan. 21-24 meeting of the World Economic Forum (WEF) to network and discuss big themes, from the price of oil to the future of the Internet. This year they are meeting in the midst of upheaval, with security forces on heightened alert after attacks in Paris, the European Central Bank considering a radical government bond-buying programme and the safe-haven Swiss franc rocketing. REUTERS/Ruben Sprich (SWITZERLAND - Tags: BUSINESS POLITICS) ORG XMIT: CVI1880
George Soros

A start-up brasileira CargoX, que usa lógica semelhante à da Uber para levar caminhoneiros autônomos a empresas que precisam enviar mercadorias, anunciou ter recebido R$ 66 milhões de investidores estrangeiros.

Os recursos vieram do banco Goldman Sachs, do braço de investimentos da Qualcomm (desenvolvedora de tecnologias para telecomunicações) e do bilionário Georges Soros, a 29ª pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna avaliada pela revista "Forbes" em US$ 25,2 bilhões.

A empresa chegou ao mercado em março do ano passado, tendo como um de seus primeiros investidores Oscar Salazar, mexicano que participou da criação da Uber.

Federico Vega, presidente e fundador da CargoX, afirma que os recursos serão destinados à contratação de profissionais, especialmente para ampliar o uso que a empresa faz de "machine learning" (softwares que aprendem conforme são usados).

A empresa conta com 220 funcionários e 250 mil caminhoneiros autônomos cadastrados, segundo Vega.

ECONOMIA

Ela atrai caminhoneiros com a promessa de facilitar a obtenção de cargas e diminuir as perdas com viagens sem mercadorias.

"Em 40% do tempo, os caminhões estão viajando sem carga. Enxergamos uma oportunidade muito grande de baixar essa capacidade ociosa", afirma Vega.

O empresário diz que a crise fez com que os caminhoneiros tivessem mais dificuldades para encontrar cargas e, por isso, houve grande interesse por seu aplicativo.

Para empresas, a oferta é de uma economia em relação ao serviço de transportadoras tradicionais ou à manutenção de uma frota própria e custos com salários, veículos e combustível.

Vega afirma que a empresa tem cerca de mil clientes. Leva principalmente alimentos, bebidas, material de construção e produtos agrícolas.


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