A economia do Brasil contraiu mais do que o esperado em agosto, resultado mais fraco em cinco meses e interrompendo dois meses de alta, mas ainda insuficiente para frear o processo de recuperação gradual da atividade.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) caiu 0,38% em agosto sobre julho, em dado dessazonalizado. Pesquisa da Reuters com analistas mostrou que a expectativa era de contração de 0,15%.
"Esse resultado não altera nossa expectativa de retomada gradual da atividade econômica. Esperamos ainda uma aceleração da atividade econômica no quarto trimestre, consistente com nossa projeção de uma expansão de 0,9% do PIB neste ano", informou o banco Bradesco em nota.
Índice de atividade econômica - Série com ajuste sazonal. Comparação com o mês anterior, em %
O resultado negativo foi o maior desde março, quando o IBC-Br teve contração de 0,40%, e veio após o país ter iniciado o terceiro trimestre com crescimento mensal de 0,36% em julho, em dado revisado pelo BC de alta de 0,41% divulgada inicialmente.
A leitura de agosto tem como pano de fundo resultados fracos tanto da produção industrial quanto das vendas no varejo e do volume de serviços, também considerados pontuais e que não tendem a atrapalhar o ritmo de recuperação dos setores.
Na comparação com agosto de 2016, o IBC-Br apresentou avanço de 1,46%, enquanto que no acumulado em 12 meses houve queda de 0,89%, sempre em números dessazonalizados.
A expectativa dos economistas consultados na pesquisa Focus realizada pelo BC é de expansão do PIB neste ano de 0,72%, acelerando a 2,50% em 2018.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção nos setores de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.