Folha de S. Paulo


Amazon abre seu site para comércio de eletrônicos de outros vendedores

David Ryder/AFP
O fundador e CEO da Amazon Jeff Bezos em evento em Seattle, em 2014
O fundador e CEO da Amazon Jeff Bezos em evento em Seattle

Enquanto nos Estados Unidos a Amazon teve no pioneirismo da venda de produtos de terceiros em seu site uma das alavancas que a levaram a dominar o mercado, a expansão do modelo (conhecido como marketplace) no Brasil acontece em momento no qual ele já é adotado por grandes rivais.

Por aqui, a americana abriu espaço para que livrarias e sebos vendessem a partir de seu site em abril. Nesta quarta (18), a empresa passa a intermediar vendas de eletrônicos, como celulares, câmeras e aparelhos de som.

Em relatório, analistas do banco BTG Pactual comparam a situação com a que a empresa enfrentou no Japão e na França, quando, entrando em mercado mais estabelecido, se tornou uma das três maiores, com participação de mercado entre 10% e 15%.

Empresas como B2W (dona de Submarino e americanas.com) e Via Varejo (Casas Bahia, PontoFrio e Extra) concentram mais de 25% de suas vendas em produtos de terceiros. Magazine Luiza, Netshoes e Dafiti também vêm ampliando o modelo.

Além disso, pouco mais da metade das vendas do MercadoLivre (que só vende itens de terceiros) é feita no Brasil. A empresa movimentou US$ 2,7 bilhões na América Latina no último trimestre.

A complexidade burocrática, logística e tributária do Brasil levaram a companhia a optar por um avanço gradual no país, segundo avaliação de Pedro Guasti, presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e da consultoria Ebit

O impacto que ela terá a partir de agora depende da agressividade de suas estratégias de preço, frete e relação com consumidores, diz.

Além de recursos abundantes, a empresa tem a seu favor tecnologia para personalizar suas ofertas para clientes que as brasileiras ainda não dominam de modo similar, diz Maurício Salvador, presidente da ABComm (Associação Braslieira de Comércio Eletrônico).

O marketplace da Amazon terá a partir de amanhã centenas de vendedores de eletrônicos e mais de mil de livros, diz Alex Szapiro, diretor da empresa para o Brasil.

Na B2W são mais de 6.000 e na Via Varejo de 3.300.

Sobre o momento escolhido para ampliar o marketplace, ele diz que a empresa não considera questões conjunturais. Em vez disso, prioriza a entrada em mercados em que há grande interesse do consumidor e nos quais considera estar pronta para oferecer serviço melhor do que o habitual.

A empresa cobrará dos lojistas uma comissão por venda de 10%. O restante do mercado, em geral, cobra entre 12% e 15%, diz Guasti.

A companhia permitirá parcelamento de até 10 vezes sem juros para o consumidor, com lojistas recebendo à vista e sem aumento de taxas.


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