Folha de S. Paulo


Vale sobe 6% com alta do minério e leva Bolsa a fechar em nova máxima

Alf Ribeiro/Folhapress
Bolsa brasileira renovou máxima com impulso das ações da Vale; dólar teve queda
Bolsa brasileira renovou máxima com impulso das ações da Vale; dólar teve queda

A Vale avançou cerca de 6% com a valorização dos preços do minério e levou a Bolsa brasileira a nova máxima histórica nesta sexta (13). O dólar caiu após dados de inflação mais fracos nos Estados Unidos levantarem dúvidas sobre um terceiro aumento de juros no país neste ano.

O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas, subiu 0,43%, para 76.989 pontos. Na semana, a alta foi de 1,23%. O volume financeiro foi de R$ 9,96 bilhões, acima da média diária do ano, de R$ 8,3 bilhões.

O dólar comercial fechou em baixa de 0,69%, para R$ 3,150. O dólar à vista caiu 0,44%, para R$ 3,158. Na semana, as quedas foram de 0,3% e 0,09%, respectivamente.

O novo recorde da Bolsa foi sustentado pela forte alta das ações da Vale nesta sessão, após os preços do minério de ferro subirem 4,06% na China.

Os papéis ordinários da mineradora subiram 5,82%, para R$ 32,91. As ações preferenciais se valorizaram 6,22%, para R$ 30,39.

Além do minério, o preço do aço também teve forte valorização nesta sessão, impulsionando as ações de siderúrgicas. Os papéis da Usiminas lideraram as altas do índice, com valorização de 6,39%. As ações da CSN ganharam 5,91%. A Gerdau teve avanço de 3,81%.

"No médio prazo, a tendência da Bolsa é de alta, mas há um espaço para realização cada vez maior, por causa dos sucessivos recordes", avalia Fabrício Stagliano, analista-chefe da Walpires Corretora.

AÇÕES

Das 59 ações do Ibovespa, 33 subiram, 25 caíram e uma ficou estável.

Destaque para as quedas das ações das principais empresas do setor varejista, em meio aos planos de expansão da gigante Amazon no Brasil.

As ações do Pão de Açúcar lideraram as baixas, ao recuarem 3,96%. As ações da Magazine Luiza caíram 5,58%. Os papéis ordinários da B2W, dona de Americanas.com e do Submarino, recuaram 11,09%. As ações ordinárias da Via Varejo (Casas Bahia, Extra e PontoFrio) perderam 5,85%, e as ações das Lojas Americanas tiveram queda de 3,22%.

A Petrobras teve um dia sem tendência definida. As ações preferenciais da estatal fecharam estáveis em R$ 16,08. As ordinárias recuaram 0,36%, para R$ 16,58. Lá fora, os preços do petróleo fecharam em alta por notícias de aumento da importação de petróleo pela China e após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que o Irã descumpriu acordo nuclear.

No setor bancário, as ações do Itaú Unibanco perderam 0,82%. As ações preferenciais do Bradesco tiveram baixa de 0,76%, e as ordinárias recuaram 1,16%. O Banco do Brasil subiu 0,05%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil se valorizaram 0,57%.

As ações da Oi tiveram forte valorização neste sessão. A empresa entregou à Justiça na noite de quarta-feira a terceira versão de seu plano de recuperação judicial, considerado positivo para os acionistas da empresa.

Os papéis preferenciais da empresa tiveram forte alta de 23,76%. As ações ordinárias se valorizaram 14,98%.

DÓLAR

No mercado cambial, 25 das 31 principais moedas do mundo se valorizaram em relação ao dólar.

O enfraquecimento da moeda americana aconteceu após dados ainda fracos de inflação nos Estados Unidos. Os preços ao consumidor no país excluindo alimentos e combustíveis avançaram 1,7% em setembro, abaixo das estimativas do mercado.

O dado pode fazer com que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) adie o terceiro aumento de juros no país, esboçado na última reunião do comitê de política monetária da autoridade. A possibilidade de alta caiu para 73,1%.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) caiu 0,81%, para 181,5 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados com vencimento mais curto fecharam com sinais mistos. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,404% para 7,394%. A taxa para janeiro de 2019 teve alta de 7,290% para 7,300%.


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