Folha de S. Paulo


Volkswagen terá crescimento de 10% ao ano, diz novo presidente

Jens Meyer/Associated Press
Volks colocou em férias coletivas 3.600 funcionários da fábrica de Taubaté
Volks prevê retomada

A Volkswagen projeta um crescimento de 40% no Brasil nos próximos quatro anos, afirma Pablo Di Si, novo presidente da montadora, anunciado nesta segunda-feira (9).

"A economia vai seguir crescendo. Observamos um descolamento da política e da econômica no país."

O aumento da demanda argentina também deverá garantir a alta das exportações, que, no caso da montadora, foi de 62% no acumulado deste ano até setembro, diz o executivo –que vem justamente da sede argentina da companhia.

"Precisamos melhorar a competitividade para exportar também a novos mercados emergentes, como Turquia, Egito, Chile."

A empresa prevê 20 lançamentos até 2020 no Brasil.

O primeiro deles, o novo Polo, já foi colocado no mercado, e o segundo, o sedã Virtus, será lançado em janeiro de 2018. Outros produtos serão anunciados no próximo ano, afirma ele, que não deu mais detalhes.

Grande parte do investimento de R$ 7 bilhões previsto até 2020 será destinado à melhoria de produção e aos fornecedores, segundo Di Si.

"A cadeia também passou por uma retração. Um dos maiores perigos é que o fornecimento não acompanhe a retomada."

Em relação ao fim do Inovar-Auto e uma possibilidade de aumento das importações de componentes, Di Si afirma que é preciso de os fornecedores locais tenham mais competitividade.

"O Rota 2030 também ajudará a desenvolver o restante da indústria", diz.

A nova gestão também planeja modernizar a distribuição. Hoje, são 530 as concessionárias da Volkswagen.

"É preciso ter uma forma menos burocrática e mais rápida de se relacionar com os clientes. O objetivo é aumentar as vendas para sonhar em assumir a liderança."

A empresa é hoje líder em exportações, mas está na terceira posição em vendas no mercado nacional, com 12% de participação. A General Motors lidera (18,2%), seguida pela Fiat (13%).

Outro plano em estudo pela montadora é iniciar a importação de veículos elétricos para o Brasil em 2018.

"Antes, porém, é preciso ter certeza que haverá estações de carregamento elétrico, e em quais Estados. É preciso ter um ecossistema. Depois disso, é preciso capacitar a rede de concessionárias."

CAMINHÕES

A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou nesta segunda (9) que decidiu cancelar as férias coletivas de funcionários da sua fábrica em Resende, no Rio de Janeiro, pela primeira vez em seis anos, motivada por sinais de retomada na demanda por veículos pesados pelo lançamento da família de modelos leves urbanos, disse o presidente da companhia para a América Latina, Roberto Cortes.

"A Bolsa se valorizou 77% nos últimos seis meses, o risco Brasil caiu, o real está estável e as taxas de juros à metade do que eram. De outubro a dezembro, estamos esperando um aumento de 25% nas vendas", afirmou o executivo.


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