Folha de S. Paulo


Rivais franceses da Uber intensificam esforços para roubar fatia de mercado

Bastien Inzaurralde - 12.dec.14/Associated Press
UberPOP driver Anthony Loussala-Dubreas, 24, of Paris, turns on his smartphone in his car in Paris, Friday, Dec. 12, 2014. A French court on Friday ordered Uber to withdraw from its mobile app to French users
Motorista da Uber em Paris

Os rivais da Uber em Paris estão acelerando seus esforços para abocanhar fatia de mercado no serviço de motoristas, na França e em toda Europa, em uma tentativa de tirar vantagem da pressão que o grupo norte-americano vem sofrendo.

A Chauffeur Privé, o segundo mais popular entre os apps de serviços de carros na França por número de assinantes, está concluindo uma rodada de capitalização de € 50 milhões para alimentar sua expansão, na França e em outros mercados. A empresa pretende contratar entre 70 e 100 novos funcionários nos próximos meses, para expandir seu atual quadro de 150 empregados.

Na França, disputas sobre preços e direitos trabalhistas entre a Uber e seus motoristas resultaram em uma greve de centenas de motoristas antes do Natal do ano passado, o que abriu caminho para que concorrentes como a Chauffeur Privé e Heetch avançassem no mercado. A Uber cobra 25% de comissão de seus motoristas a cada corrida, ante 20% no caso da Chauffeur Privé e 15% para a Heetch.

A Uber também está tentando resolver seus problemas de relacionamento com os motoristas do serviço na França, propondo assistência financeira temporária aos motoristas de minitáxis que enfrentam dificuldades.

"A percepção sobre a Uber no mercado e os erros que eles cometeram nos permitiram capturar uma fatia maior", disse Yan Hascoet, fundador da Chauffeur Privé. Muitos motoristas escolhem usar o app da Uber e o da Chauffeur Privé para aumentarem suas chances de obter corridas.

Hascoet diz que, se um motorista da empresa afirma que não está disponível para uma corrida, mas seu carro é rastreado nas ruas, isso em geral que dizer que ele aceitou uma corrida da Uber.

"O que vemos é que os motoristas dedicam mais tempo a nós e menos à Uber", disse Hascoet. O número de usuários da Chauffeur Privé já cresceu em 50% neste ano, de cerca de um milhão para 1,5 milhão de pessoas, ele informou.

Enquanto isso, o serviço de carros franceses Heetch foi relançado seis meses atrás depois de ser considerado ilegal e multado em € 600 mil pelas autoridades regulatórias.

Uma porta-voz da Uber disse que o número de usuários do app da empresa na França vem "crescendo fortemente".

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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