Folha de S. Paulo


Insolvente, companhia aérea alemã Air Berlin vai encerrar voos neste mês

Arnd Wiegmann/Reuters
An Airbus A320-214 aircraft of Air Berlin airways is seen at Zurich airport, Switzerland August 29, 2017. REUTERS/Arnd Wiegmann
Avião da Air Berlin em aeroporto de Zurique, na Suíça

Os vôos operados pela Air Berlin, a segunda maior companhia aérea da Alemanha, serão encerrados no dia 28 de outubro, afirmou a empresa nesta segunda-feira (9), solicitando aos funcionários que procurem emprego em outras empresas, enquanto trabalha na cisão de seus ativos.

A Air Berlin se declarou insolvente em agosto deste ano, após seu principal acionista, a Etihad Airways, dos Emirados Árabes Unidos, decidir não lhe conceder mais ajuda financeira por não ver "perspectivas positivas".

Em 2016, a Air Berlin registrou um prejuízo de cerca de € 782 milhões, e as dívidas somam quase € 1,2 bilhão.

Um empréstimo do governo alemão de cerca de € 150 milhões está mantendo os aviões da companhia no ar para que a ela tenha tempo de negociar com investidores.

Lufthansa —que já arrendou 38 dos 140 aviões da Air Berlin— e easyJet demonstraram interesse pelos ativos.

As conversas com Lufthansa e easyJet devem prosseguir até quinta-feira (12), e, uma vez que cheguem a um acordo entre partes, a Air Berlin terá que encerrar o restante da operação.

O vice-ministro da economia da Alemanha, Matthias Machnig, disse que está confiante de que um acordo será fechado na quinta.

"Após os contratos de compra serem firmados, a empresa deve encerrar suas operações passo a passo", disse a Air Berlin em comunicado.

A maioria dos voos longos da companhia já foi cancelada.

A Air Berlin foi fundada em 1978 e cresceu com o boom das companhias aéreas de baixo custo e com voos de Berlim a Maiorca, na Espanha —popular destino entre turistas alemães.

PELA EUROPA

Outras empresas aéreas europeias também passam por aperto.

No final de setembro, a Ryanair, companhia irlandesa de aviação de baixo custo, cancelou voos que atenderiam a mais de 400 mil passageiros, no período entre novembro deste ano e março, menos de duas semanas depois de cancelar cerca de 2,1 mil outros voos, que atenderiam a 315 mil passageiros. A empresa enfrenta escassez de pilotos.

A companhia reduzirá em 25 aviões o número de aparelhos em operação, de sua frota de mais de 400 aeronaves, da metade de novembro a março, e depois de abril de 2018 a redução das unidades operadas será de 10 aviões.

As mudanças anunciadas devem reduzir o volume de tráfego da empresa de 131 milhões para 129 milhões de passageiros neste ano, o que representa alta de 7,5% ante 2016, informou a Ryanair.

A situação fez com que a irlandesa desistisse da proposta de aquisição da rival Alitalia, a maior companhia aérea da Itália, que entrou com um pedido formal de indicação de um administrador em maio.

O governo italiano anunciou à época que ofereceria um empréstimo para manter as operações da Alitalia por pelo menos seis meses.

Se nenhum comprador for encontrado, os administradores vão ter que organizar a liquidação da Alitalia, que pode acabar com 20 mil empregos na companhia e entre fornecedores.

No último dia 2, foi a vez da aérea britânica Monarch Airlines decretar falência, causando o cancelamento de centenas de milhares de viagens, depois de ter sido vítima de grande competição por voos e uma libra mais fraca.

O fracasso da Monarch, maior companhia aérea do Reino Unido a falir, afetará 900 mil passageiros. A empresa abandonou mais de 100 mil turistas no exterior, causando o que foi considerando como o maior esforço de repatriamento em tempos de paz do país.


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