Folha de S. Paulo


Oi diz a Temer que bancos públicos serão 'privilegiadíssimos' em plano

Silvia Zamboni/Folhapress
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Oi terá dia 23 de outubro assembleia com credores para avaliar plano de recuperação judicial

Conselheiros da Oi afirmaram ao presidente Michel Temer nesta terça-feira (3) que os bancos públicos serão "privilegiadíssimos" no plano de recuperação judicial da empresa.

Segundo o ex-ministro da Comunicação e conselheiro da empresa, Helio Costa, os bancos públicos receberão pagamento integral das dívidas, desde que a Oi "tenha tempo para pagar."

"O entendimento que nós temos com os bancos oficiais é que dependendo do tempo que eles nos derem para pagar, nós podemos pagar até 100%",

A empresa tem marcada para o dia 23 de outubro uma assembleia com credores que irá avaliar o plano. Os conselheiros disseram esperar que os bancos votem a favor do plano.

"Os bancos oficiais, que estão programados para votar em conjunto, [esperamos] que tenham o entendimento que estão recebendo um tratamento privilegiadíssimo", afirmou Costa, que hoje faz parte do conselho. "Tanto o BNDES, quanto o Banco do Brasil e a Caixa vão receber os seus vencimentos integralmente, portanto, não há razão para chegarem à assembleia de credores e votarem contra [o plano]."

O conselheiro nega ter pedido ao presidente para que os bancos votassem favoravelmente. "Apenas mostramos que estamos atendendo rigorosamente o que os bancos pediram", disse.

ANATEL

Os conselheiros afirmaram ainda que a empresa quer chegar à reunião com os credores, que já foi adiada anteriormente, com a questão das multas da Anatel, que somam mais de R$ 11 bilhões, resolvida.

Nesta terça-feira, a Anatel perdeu um recurso no Superior Tribunal Justiça (STJ) para não ter os créditos da Oi incluídos na recuperação judicial. A agência deve recorrer.

Segundo Costa, serão feitas reuniões com a Anatel e o "alto escalão do governo" para "achar um caminho". "Nós podemos pagar, é só nos dar o tempo necessário", afirmou.

Após audiência com Temer, falou à imprensa, além do ex-ministro, o presidente do conselho da empresa, José Mauro Carneiro.

Segundo ele, o plano a ser apresentado pela empresa deve atender "a maior parte dos interesses". "Quando você está tratando de uma recuperação judicial eu diria que uma coisa impossível é você satisfazer a todos."


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