Folha de S. Paulo


Produção industrial cai 0,8% em agosto e frustra expectativas

A produção industrial brasileira registrou queda de 0,8% em agosto na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3). A queda interrompe uma série de quatro meses consecutivos de crescimento.

Em relação a agosto do ano passado, a produção subiu 4%. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de estabilidade na variação mensal e de alta de 4,8% na base anual.

Na comparação mensal, os segmentos de bens intermediários e de bens de consumo semi e não duráveis sofreram quedas (-1% e -0,6%, respectivamente). Já segmento de bens de consumo duráveis e de bens de capital ampliaram sua produção em 4,1% e 0,5%.

"A queda da produção em agosto foi concentrada em poucos grupos, mas de muita relevância. Não é um rompimento de tendência, parece ser um movimento pontual e concentrado. A conjuntura não mudou", afirmou o coordenador da pesquisa no IBGE, André Macedo.

Produção industrial - Variação em %

A indústria alimentícia foi o setor que apresentou o pior desempenho, com retração de 5,5% na comparação mensal. Outro destaque negativo foi o setor de máquinas e equipamentos, com queda de 3,8% na atividade industrial.

Dos 24 ramos pesquisados pelo IBGE, 8 apresentaram queda na produção.

Do lado positivo, o melhor desempenho foi o da indústria automobilística: a produção de veículos, reboques e carrocerias cresceu 6,2% no período. Perfumaria e higiene pessoal também ampliaram sua produção em 5,5%.

Nos dois casos, a melhora acontece após um período recente de retrações na produção.

A indústria no país tem se favorecido dos níveis baixos de juros e inflação, o que incentiva o consumo. O mercado de trabalho também vem dando indicações de melhora, com a taxa de desemprego recuando para 12,6 por cento no trimestre até agosto, dando base para a recuperação da economia após a recessão que afetou o país.


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