Folha de S. Paulo


Com licença cancelada, Uber enfrenta limbo operacional em Londres

Toby Melville/Reuters
A photo illustration shows the Uber app logo displayed on a mobile telephone, as it is held up for a posed photograph in central London September 22, 2017. REUTERS/Toby Melville ORG XMIT: TOB515
Aplicativo da Uber é visto em Londres

O motorista paquistanês Yasir Ahmmed diz não estar preocupado com a decisão da agência que regula os transportes públicos de Londres. O taxista Jon (que não quis dar o sobrenome) alega que isso não tem nada a ver com ele. E o administrador de empresas brasileiro Darcio Pimenta, usuário do sistema de transporte em carros particulares, achou a decisão um erro e se preocupa que ela seja colocada em prática.

O cancelamento da licença de operação da Uber em Londres, que começa a valer neste sábado (30), deixou o serviço do aplicativo no limbo. A partir de domingo (1º), a empresa fica oficialmente proibida de atuar, embora esteja autorizada a continuar prestando serviços enquanto seu recurso é julgado –o que não tem prazo para ocorrer.

Usuários, trabalhadores e concorrentes aguardam ansiosos pelo desfecho da disputa jurídica, mas continuam convivendo com o transporte pelo aplicativo.

A decisão de proibir a Uber foi anunciada na sexta (22), pela Transport for London (TfL) que informou que não renovaria a licença, caracterizando a empresa como "inapropriada e inapta" e afirmando que a companhia não havia reportado devidamente "sérias ofensas criminais".

A empresa recorreu imediatamente. Três dias após o anúncio do cancelamento da licença, o novo presidente-executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, pediu desculpas pelos erros da empresa. O executivo anunciou ainda que visitará Londres na terça (3) para negociações com a autoridade de transportes da capital britânica.

A disputa em torno do direito da Uber de operar em Londres se tornou um dos temas mais discutidos na cidade. Entre usuários, o clima é de frustração e revolta, mas também de confiança de que a decisão não vai ser mantida. No início da semana, uma petição on-line já reunia mais de 600 mil assinaturas pedindo pela liberação da Uber, e chegou a haver mobilização para boicotar os táxis.

"Acho que a proibição não vai pegar e que a TfL vai voltar atrás", disse Pimenta, 40, brasileiro que mora em Londres e usa o aplicativo em média três vezes por semana. "Se cancelar a Uber, vai complicar. Os táxis pretos não conseguem atender à demanda".

Segundo ele, a companhia oferece um serviço mais barato e melhor, pois aceita fazer até corridas curtas, o que táxis pretos rejeitam. "Da estação de metrô para a minha casa dá uma corrida de 7 libras de táxi, e muitos rejeitam fazer o transporte. Com Uber não tem esse problema", disse.


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