Folha de S. Paulo


Itaúsa pode avaliar consórcio para comprar fatia na Braskem, diz Setubal

Mathias Cramer/temporealfoto.com
Planta da Braskem, em Triunfo (RS)

A Itaúsa (holding que administra as fortunas das famílias Setubal e Villela, controladoras do Itaú) estuda participar em um consórcio para compra de participação na petroquímica Braskem, segundo o presidente-executivo da controladora do Itaú Unibanco, Alfredo Setubal.

"Investir sozinhos não, porque precisa de muito dinheiro, mas podemos avaliar participar em um consórcio", disse em evento do grupo com analistas e investidores.

O executivo afirmou durante apresentação que a Itaúsa tem entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões por ano para novos investimentos em ativos não ligados ao setor financeiro e que está sempre atenta a novas oportunidades, embora não planeje novas compras em 2017.

Neste ano, a Itaúsa já comprou o controle da fabricante de calçados Alpargatas (que pertencia aos irmãos Batista, donos da JBS) e uma fatia minoritária na empresa de gasodutos NTS.

Também neste ano, a Itaúsa chegou a negociar com a Petrobras a compra de uma participação na BR Distribuidora, mas as conversas não evoluíram porque a estatal decidiu abrir o capital da subsidiária na Bolsa.

Por outro lado, a Petrobras tem dado sinais de que pode se desfazer de sua fatia minoritária na Braskem, da qual é sócia com a Odebrecht. A Itaúsa já detém ativos no ramo petroquímico por meio da Elekeiroz.

Segundo Setubal, com o ciclo de queda dos juros no país, e a consequente diminuição do custo de capital das empresas, a expectativa da Itaúsa é a de que surjam muitas novas boas oportunidades de investimento nos próximos anos.

A orientação central do grupo para novas aquisições será para ativos nos quais a Itaúsa possa ter uma participação relevante, que sejam empresas já conhecidas no mercado e que proporcionem bons dividendos.

"Não queremos reduzir o nível médio de lucratividade do grupo", disse Setubal.

EMPRÉSTIMOS

No mesmo evento, o presidente-executivo do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que o segmento de empréstimos do banco logo se tornará rentável novamente.

A informação é um sinal de que o maior banco brasileiro está se recuperando da queda do mercado de crédito mais severo do país em duas décadas.

Segundo ele, as provisões para perdas com empréstimos –que atingiram recorde em 2016– começarão a cair no médio prazo, sem especificar um cronograma.

"A perspectiva para o crédito no médio prazo é positiva, podemos voltar a criar valor com esse negócio", disse o executivo do Itaú Unibanco.


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