Folha de S. Paulo


Presidente da Uber pede desculpas a londrinos e promete mudanças

Drew Angerer - 7.jul.2016/AFP
(FILES) This file photo taken on July 7, 2016 shows Dara Khosrowshahi, chief executive officer of Expedia, Inc., attending the annual Allen & Company Sun Valley Conference, July 7, 2016 in Sun Valley, Idaho. Khosrowshahi is credited with turning the company into a global travel services behemoth, winning admiration from employees on the journey. Uber is hoping he will now slip into the driver's seat at the controversy-battered ride-sharing service and steer it along a similarly glorious route. The San Francisco-based startup has yet to confirm reports that Khosrowshahi was picked to replace ousted chief Travis Kalanick. / AFP PHOTO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Drew Angerer
Dara Khosrowshahi, novo presidente da Uber, participa de conferência sobre tecnologia em julho

O novo presidente-executivo da Uber prometeu mudar a maneira pela qual a empresa opera, em um pedido de desculpas aos londrinos, o que expõe o tom cada vez mais conciliatório que a companhia de serviços de carros sediada em San Francisco vem adotando desde que sua licença para operar em Londres foi revogada, por motivos de segurança, na semana passada.

A Transport for London (TfL), a organização que regulamenta os serviços de transporte londrinos, revogou a licença da Uber, na sexta-feira (22), em parte por causa de seu histórico de segurança, afirmando que a companhia não havia reportado devidamente "sérias ofensas criminais", e questionando a maneira pela qual ela conduz as verificações de antecedentes de seus motoristas.

"Em nome de todo mundo na Uber mundial, peço desculpas pelos erros que cometemos", disse o presidente-executivo da companhia, Dara Khosrowshahi, nesta segunda-feira (25).

"Recorreremos da decisão em nome de milhões de londrinos, mas o fazemos sabedores de que também precisamos mudar. Como novo presidente-executivo da Uber, é minha função ajudar a Uber a escrever o seu próximo capítulo".

Sadiq Khan, o prefeito de Londres e presidente da TfL, recebeu positivamente o pedido de desculpas de Khosrowshahi, afirmando estar "satisfeito por ele reconhecer as questões que a Uber enfrenta em Londres".

"Ainda que haja um processo judicial em curso, solicitei que os integrantes da TfL se coloquem à disposição dele para reuniões", acrescentou Khan.

Khosrowshahi, que assumiu o comando da empresa há algumas semanas, tem uma lista de questões urgentes a enfrentar, que variam da repressão às atividades da Uber por autoridades regulatórias de todo o planeta a prejuízos financeiros, cisões no conselho e uma cultura interna que motivou acusações de sexismo e assédio.

"Não seremos perfeitos, mas ainda assim ouviremos o que vocês têm a dizer; buscaremos ser parceiros de longo prazo para as cidades a que servimos; e conduziremos nosso negócio com humildade, integridade e paixão", ele escreveu na segunda-feira. "Vocês têm o meu compromisso de que trabalharemos com Londres para corrigir as coisas e manter essa grande cidade global em movimento com toda segurança".

Khan declarou na segunda-feira que a Uber havia aplicado "pressão desleal" sobre a TfL, e que a empresa havia mobilizado "um exército" de especialistas em relações públicas; ele disse também que todos precisam respeitar as regras. Enquanto isso, Fred Jones, diretor de cidades britânicas da Uber, se declarou disposto a corrigir todos os erros apontados, e seguir em frente o mais rápido possível".

Enquanto a Uber tenta reverter a decisão que a apanhou de surpresa, já há rivais mencionados como interessados em ingressar no mercado londrino. A Lyft, maior concorrente da Uber nos Estados Unidos, realizou diversas reuniões com importantes funcionários da TfL nos últimos 12 meses.

Na mais recente reunião, realizada em março em Nova York, Michael Hurwitz, diretor de inovação nos transportes de superfície da TfL, conversou com Raj Kappor, vice-presidente de estratégia da Lyft, e com Michael Masserman, o vice-presidente de políticas públicas internacionais da companhia, para obter informações sobre "a estratégia de negócios vigente" do grupo, de acordo com registros obtidos sob a Lei de Liberdade de Informação britânica.

Enquanto isso, o app estoniano Taxify está tentando desafiar a Uber em alguns mercados importantes, entre os quais o do Reino Unido, mas se viu proibido recentemente devido a problemas de licenciamento. O app reiniciou conversações com a TfL na semana passada, no momento em que a agência revogou a licença da Uber, disseram pessoas próximas ao Taxify.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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