Folha de S. Paulo


Produção de máquinas agrícolas cresce 25%, mas ainda está distante do pico

De carona no bom momento do agronegócio brasileiro, a indústria de máquinas e equipamentos para o setor agrícola viu sua produção aumentar quase 25% nos primeiros oito meses deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

Entre janeiro e agosto, saíram das linhas de produção 36.157 unidades entre tratores de rodas, cultivadores motorizados, colheitadeiras de grãos e colhedoras de cana. No mesmo período de 2016 haviam sido fabricadas 29.399 unidades, de acordo com dados da Anfavea, associação das montadoras.

AGRONEGÓCIO SUSTENTÁVEL
Setor contorna crise com novas tecnologias

Apesar da expansão na comparação com 2016, o desempenho do setor ainda está bem abaixo do registrado no mesmo período de 2013, quando foram produzidas 60.426 unidades.

"Aquele foi um ano em que tudo deu certo. O clima colaborou, tivemos financiamentos, a economia estava indo bem, e as exportações, em alta. De 2013 para cá, muita coisa mudou, e, para que tenhamos algo semelhante, é necessário ter todos esses fatores novamente", afirma o vice-presidente da Anfavea, Alfredo Miguel Neto.

Os dados da associação de fabricantes mostram que as vendas, por sua vez, subiram 10% nos primeiros oito meses deste ano.

Entre janeiro e agosto, foram comercializadas 27.897 unidades de máquinas e equipamentos agrícolas, ante 25.028 unidades no mesmo período do ano passado.

Mesmo com a expansão na comparação a 2016, as vendas, assim como a produção, seguem abaixo das registradas em 2013, quando foram vendidas 51.975 unidades no mesmo período.

CAUTELA

"Apesar dos números sólidos do setor, os agricultores, assim como todo os demais setores, estão avaliando os investimentos com bastante cautela. Mas estamos verificando uma melhora", afirma Luiz Cambuhy, gerente de vendas da Valtra.

É normal que as vendas estejam menores que a produção, já que leva algum tempo até que a máquina chegue ao consumidor final.

A expectativa é que nos próximos meses haja um aumento nas comercializações. O setor deve fechar este ano com alta de 10%.

A área de grãos é a que tem apresentado o principal destaque dentro do agronegócio. A expectativa neste ano é atingir uma safra recorde de 250 milhões de toneladas.

Para dar conta de atender toda a demanda e escoar essa safra, o setor investe em tecnologia. Mesmo que não muito velhas, as máquinas são substituídas para tornar a colheita mais ágil e eficiente.

"O agronegócio tem sido fundamental para o setor de máquinas e equipamentos", afirma Rodrigo Junqueira, diretor de vendas da Massey Ferguson.

Só neste ano, a marca lançou 30 modelos de máquinas agrícolas para atender à demanda do setor.

"A tecnologia ajuda o produtor rural a produzir mais e melhor na mesma área", afirma Junqueira.

A otimização de tempo também tem sido a aposta da Valtra para conquistar mercado. Entre as novidades, Cambuhy destaca um trator capaz de fazer duas funções ao mesmo tempo. A máquina permite ao operador controlar implementos frontais e traseiros, dando mais agilidade a todo o processo.

"Além de otimizar o tempo do operador, essa máquina também reduz o consumo de combustível", diz o executivo.

Editoria de arte/Folhapress

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