Folha de S. Paulo


Vendas de combustíveis pressionam e interrompem série de altas no varejo

Zanone Fraissat - 2.fev.2015/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 02-02-2015: Automóvel em posto de gasolina, em São Paulo (SP). Houve aumento nos preços dos combustíveis (Gasolina e Diesel) nos postos da capital paulista. (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress, COTIDIANO)
Posto de gasolina na cidade de São Paulo

As vendas no varejo do Brasil interromperam três meses de alta e apresentaram estabilidade em julho na comparação com o mês anterior, num resultado abaixo da expectativa devido à queda na comercialização de combustíveis como resultado da demanda fraca.

Sobre o mesmo mês de 2016, as vendas tiveram alta de 3,1%, o melhor resultado nessa base de comparação desde maio de 2014 (4,6%), segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ambos os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,1% na comparação mensal e de avanço de 3,5% sobre um ano antes.

Volume de vendas do varejo - Em %

O IBGE informou que a atividade de combustíveis e lubrificantes foi a que mais pressionou o resultado de julho ao recuar 1,6% sobre o mês anterior.

"A redução nas vendas de combustíveis tem a ver com o menor nível de atividade econômica, que reduz a demanda, e com a renda ainda comprometida, embora com sinais de ligeira melhora. Muita gente está buscando transporte público e deixando mais o carro em casa", explica a gerente do IBGE Isabella Nunes.

A queda nas vendas de combustíveis compensou a alta de 0,7% em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, atividade que vem mostrando melhora diante do aumento da massa salarial.

De acordo com Isabella, do IBGE, o movimento de estabilidade das vendas no varejo em julho é normal após três meses de alta, e o ambiente de inflação e juros baixos no país favorecem o comércio.

Variação da receita nominal do varejo - Em %

"Temos inflação em baixa, os recursos do FGTS, além da massa salarial maior, que criam um ambiente de mais compras. Há uma aumento de liquidez. O setor de super e hipermercados costuma ser o primeiro a reagir", afirma.

O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, avançou 0,2% em relação a junho, com destaque para a alta de 0,9% nas vendas de materiais de construção.

O Banco Central vem reduzindo a taxa básica desde outubro e na semana passada cortou a Selic para 8,25%. Juros mais baixos barateiam o crédito, o que vem ajudando a estimular o consumo.

A economia vem dados sinais de recuperação como o crescimento de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre sobre o primeiro, acima do esperado.

Variação mês x mês anterior por atividade - Em %


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