Folha de S. Paulo


Desemprego cai para 12,8% com informalidade puxando o mercado

A taxa de desemprego no país ficou em 12,8% no trimestre encerrado em julho, divulgou nesta quinta-feira (30) o IBGE.

O resultado representa queda em relação ao verificado no trimestre encerrado em abril, quando a taxa esteve em 13,6%

Os dados são parte da Pnad Contínua, pesquisa oficial de emprego do IBGE, cuja abrangência é nacional e engloba postos de trabalho formais e informais.

Taxa de desocupação - Por trimestre móvel, em %

A taxa de desemprego, que bateu recordes em função da crise, vem em trajetória de queda em razão do aumento de vagas informais de trabalho. Muitos desempregados estão conseguindo empregos informais e com salários mais baixos.

O resultado de julho veio em linha com a média das estimativas de analistas consultados pela agência Bloomberg, de 13%.

O trimestre fechou com 13,3 milhões de desocupados no país– pessoas sem emprego que estão em busca de oportunidade. Houve queda de 5,1% no volume de indivíduos na fila —721 mil pessoas deixaram a condição no período.

O contingente de ocupados —pessoas de fato em algum trabalho— atingiu 90,677 milhões, alta de 1,6% em relação ao verificado no trimestre imediatamente anterior. No período, 1,439 milhão pessoas conseguiram vagas no mercado de trabalho.

Ocupação - Por posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal, em milhões

O desemprego cai enquanto a qualidade dos postos reduz também. Houve aumento de 4,6% dos trabalhadores sem carteira assinada e de 1,6% dos trabalhadores por conta própria.

Na passagem dos trimestres encerrados em abril e junho, 468 mil pessoas passaram a ocupar postos sem carteira, enquanto 351 mil passaram a trabalhar por conta própria.

Na divulgação anterior, referente ao trimestre encerrado em junho, houve aumento do emprego informal enquanto havia queda na geração de vagas de trabalho com carteira assinada. Vale destacar, porém, que a comparação é feita com o trimestre imediatamente anterior para evitar distorções nos dados.

Desta vez, contudo, os postos com carteira pararam de cair. O indicador teve estabilidade no trimestre encerrado em julho (0,2%), com 54 mil novos postos formais no período.

"Sem duvida há uma recuperação [do emprego], mas é sobre uma plataforma informal", disse Cimar Azeredo, coordenador de Emprego e Renda do IBGE.

Empregos no setor público cresceram no período e ajudaram na queda da taxa de desemprego. No trimestre encerrado em julho, houve aumento de 3,8% na geração de vagas, com 423 mil novos postos no setor.

Segundo Azeredo, os postos são principalmente em prefeituras, devido ao ano eleitoral recente. Um terço da geração de vagas concentrou-se no setor público.

Rendimento médio real - Habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas, por trimestre móvel, em R$

HÁ UM ANO

Ainda que em queda, o desemprego continua mais alto que o verificado há um ano.

No trimestre encerrado em julho de 2016, a taxa de desemprego era de 11,6%, percentual que é 1,2 ponto percentual menor que o verificado em período equivalente deste ano.

Na ocasião, 11,8 milhões de pessoas estavam desocupadas —1,5 milhão pessoas a menos do que o registrado nos dados mais recentes.


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