Representantes dos servidores públicos federais decidiram nesta terça-feira (15) que farão um dia de protestos no fim de agosto contra a intenção do governo de congelar o reajuste salarial de algumas categorias do funcionalismo e de limitar o salário inicial de novos servidores a R$ 5.000.
A categoria esteve reunida nesta terça no Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado).
"Vamos fazer atos públicos para mostrar que, se o governo insistir, vamos endurecer nas nossas ações", alerta o presidente do Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho), Carlos Silva.
O dia nacional de protestos será realizado entre 29 e 31 de agosto, sendo que as bases vão definir a data das paralisações nas suas regiões.
"Todas as categorias concordaram com a medida", garante Silva.
Além da greve de um dia, o representante sindical disse que outras duas ações foram aprovadas durante a reunião.
Departamentos jurídicos dos sindicatos dos servidores trabalharão em conjunto para definir a melhor ação judicial contra as medidas do governo e também será apresentada uma denúncia na OIT (Organização Internacional do Trabalho) por descumprimento da Convenção 151, que trata da negociação coletiva do funcionalismo.
"Estamos articulados para reagir, inclusive juridicamente, se o governo insistir em tirar os direitos adquiridos pelos trabalhadores", enfatiza Silva.
HISTÓRICO
Para tentar reduzir o rombo do Orçamento 2018, o governo pretende adiar o reajuste salarial de parte dos servidores públicos para o segundo semestre do ano que vem.
O congelamento dos salários de servidores garantiria, segundo o governo, economia de R$ 9,8 bilhões.
Serão atingidos professores, militares, policiais, auditores da Receita Federal, peritos do INSS, diplomatas e oficiais de chancelaria e carreiras jurídicas. Outras categorias poderão ser incluídas.
Além disso, o salário inicial de novos servidores ficará restrito a R$ 5.000 e haverá corte de benefícios como auxílio-moradia e ajuda de custo em casos de remoção.