Folha de S. Paulo


Reduzir burocracia no pagamento de impostos não basta, diz CNI

Avener Prado/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 13-08-2015: Robson Braga de Andrade, presidente da CNI. (Foto: Avener Prado/Folhapress, MERCADO ABERTO) Código do Fotógrafo: 20516 ***EXCLUSIVO FOLHA*** ORG XMIT: 20516
Robson Andrade, presidente da CNI

Reduzir a burocracia no pagamento de impostos é importante, mas não suficiente para a indústria, afirmou nesta segunda (7) o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, que defende uma reforma tributária.

"É claro que reduzir a burocracia nos impostos, principalmente nas despesas acessórias e nos impostos estaduais, é fundamental, é importante, mas não é suficiente", afirmou Andrade. "Precisamos de medidas mais duras e firmes, e a reforma tributária é essencial para o país avançar."

A entidade sediou, nesta segunda, fórum tributário no qual o Ministério da Fazenda apresentou um pacote de quatro medidas para simplificação tributária, que reduzem as obrigações das empresas na hora de pagar tributos.

"A expectativa é que a reforma tributária avance agora, porque o país não está se recuperando, as medidas que foram tomadas não estão surtindo efeito na economia."

O projeto de reforma tributária voltou a ser tema de integrantes da equipe econômica. Na Fazenda, é avaliada uma proposta de simplificação do PIS/Cofins. Na Câmara, tramita um projeto que altera o ICMS.

O presidente da CNI disse que a entidade trabalha contra a reoneração da folha de pagamentos e também defende que a nova taxa de juros do BNDES —a TLP (taxa de longo prazo)— seja implantada com uma transição mais longa. Os dois projetos saíram do Ministério da Fazenda, o que coloca a pasta chefiada por Meirelles em oposição à entidade.

"Sobre a reoneração da folha, a CNI está trabalhando para que isso não aconteça. Achamos que não foram benefícios dados de maneira casual, acabou beneficiando todos os setores", afirmou.

No caso da taxa de juros do BNDES, Andrade afirmou que é preciso reduzir os subsídios pagos pelo Tesouro Nacional, embutidos em operações com juros mais baixos do que os de mercado.

"Da mesma forma que a Receita fala que desonerações e a reforma tributária precisam de tempo para ser assimilados, também no caso dos aumentos de custos é preciso de haja tempo para ser implantado", disse Andrade. "No caso da TLP, tem que ter fórmula de transição principalmente para pequena e média empresas. As grandes têm acesso a bancos internacionais, mas para as outras não é possível que isso tenha oneração importante."


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