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Tributação da LCI pode afetar crédito imobiliário no BB, diz Caffarelli

Raquel Cunha/Folhapress
Imóvel em construção no ABC paulista: para presidente do BB, tributar LCI impacta crédito imobiliário
Imóvel em construção no ABC paulista: para presidente do BB, tributar LCI impacta crédito imobiliário

O presidente-executivo do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, disse nesta sexta-feira (4) que uma tributação sobre LCI (Letras de Crédito Imobiliário) pode impactar mais fortemente o financiamento habitacional do banco.

"As LCIs representam cerca de 40% dos nossos recursos para financiamento imobiliário", disse Caffarelli a jornalistas durante evento em São Paulo.

Nos últimos dias, estão circulando informações de que o governo federal estuda acabar com a isenção de Imposto de Renda para investimentos de pessoas físicas em LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) e em LCI, como forma de ampliar a arrecadação em meio a esforços para conter o deficit fiscal.

O BB, segundo maior banco em concessões de crédito imobiliário do país, tem uma condição distinta da líder Caixa Econômica Federal que, além do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), destina praticamente todos os recursos da caderneta de poupança para habitação.

O BB, ao contrário, empenha 90% dos depósitos da poupança para empréstimos agrícolas. Com isso, tem que buscar linhas alternativas para lastrear o financiamento imobiliário, como a LCI.

Segundo o diretor de Empréstimos e Financiamentos do BB, Edson Pascoal Cardozo, o banco pode compensar eventuais perdas de funding se a LCI tornar-se mesmo um instrumento menos atrativo para o investidor, com outro tipo de instrumento de captação no mercado, a LIG (Letra Imobiliária Garantida).

Especialistas do mercado acreditam que o ciclo de cortes da Selic, que na semana passada caiu para 9,25% ao ano, deve permitir a decolagem da LIG, instrumento que está em fase de regulamentação pelo Banco Central e que também deve ser isenta de IR.


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