Folha de S. Paulo


Vendas do iPad sobem pela 1ª vez em 3 anos, e Apple tem lucro de US$ 8,7 bi

Aly Song/Reuters
Homem olha tela do celular em frente a loja da Apple em Xangai, China: empresa exclui aplicativos
Homem olha tela do celular em frente a loja da Apple em Xangai, China

A Apple sinalizou uma recuperação continuada nas vendas do iPhone, depois dos declínios do ano passado, e registrou 7% de alta de receita em seu mais recente trimestre.

A empresa previu desempenho melhor que o esperado para o trimestre que se encerra em setembro.

O segundo trimestre também viu uma retomada do crescimento do iPad, pela primeira vez em três anos, com alta de 15% nas vendas pelo critério de volume, depois do lançamento de um novo modelo de preço mais baixo e de uma atualização da linha de tablets Pro em junho.

Após a divulgação do resultado, As ações da Apple subiram mais de 6% depois do fechamento dos mercados nos Estados Unidos nesta terça (1º) e bateram um novo recorde, superando a cotação de US$ 157.

A receita geral da Apple no segundo trimestre foi de US$ 45,4 bilhões, com alta de 2% nas vendas do iPhone, para 41 milhões de unidades, o que confirma as previsões médias dos analistas.

O lucro líquido da empresa subiu 12% e atingiu os US$ 8,7 bilhões. Quanto ao seu seu quarto trimestre fiscal, que se encerra em setembro, a Apple previu receitas de entre US$ 49 bilhões e US$ 52 bilhões, com alta de entre 5% e 11% ante o período em 2016, o que pode resultar em receita superior à média das projeções de Wall Street, que é de cerca de US$ 49 bilhões.

Essa perspectiva pode ajudar a atenuar a preocupação dos investidores de que o novo modelo do iPhone enfrente atraso em seu lançamento, que normalmente aconteceria em setembro.

"Com a alta de 7% na receita ante o período em 2016, estamos felizes por reportar nosso terceiro trimestre consecutivo de aceleração de crescimento e um recorde histórico trimestral para a receita da área de serviços", disse Tim Cook, presidente-executivo da Apple.

Serviços como a App Store e a Apple Music registraram alta de 22% em sua receita, para US$ 7,3 bilhões no trimestre, o que torna essa área da Apple um negócio de dimensões comparáveis ao de uma empresa do ranking Fortune 100, um marco que a área de serviços atingiu antes do que a Apple previa.

Luca Maestri, vice-presidente de finanças da Apple, apontou que a empresa reportou crescimento de receita e de volume de vendas "em todas as nossas categorias de produtos".

A receita com o iPad cresceu 2%, para US$ 11,4 milhões, com alta de 15% no volume de vendas, ante o período em 2016.

Os computadores Mac registraram avanço de 7% na receita e 1% no volume de vendas.

Maestri disse que as vendas do iPhone cresceram "em praticamente todos os mercados do planeta". Mas o aparelho registrou queda na China e região, porque a perda de mercado continuada em Hong Kong arrastou para baixo os resultados da China continental.

Maestri atribui o declínio a flutuações de câmbio que tornaram Hong Kong um destino de varejo menos atraente para os turistas. "Mas nos sentimos muito bem sobre o nosso desempenho na China", ele disse ao "Financial Times".

"Tivemos ligeira melhora em termos sequenciais, ao longo do ano. Acreditamos que a melhora deva continuar no terceiro trimestre."

As vendas do Apple Watch cresceram 50% ante o período em 2016, disse Maestri.

O aparelho é parte da categoria "outros produtos", nas contas da Apple, em companhia do iPod, Airpod e dos fones de ouvido Beats. A categoria registrou alta geral de vendas de 23%, para US$ 2,7 bilhões, no trimestre.

Antes do anúncio dos resultados mais recentes, as ações da Apple já registravam quase 30% de alta no ano, propelidas pela retomada no crescimento das vendas do iPhone, pelo otimismo quanto a uma reforma tributária e a possível repatriação das imensas reservas de caixa que a empresa detém no exterior, e pela alta generalizada nas grandes ações de tecnologia.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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