Folha de S. Paulo


Lucro do Santander Brasil cresce 29% e impulsiona resultado global do banco

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Santander Brasil é unidade que mais contribui para ganhos do grupo Santander, com sede na Espanha
Santander Brasil contribui para ganhos do grupo Santander, com sede na Espanha

O lucro recorrente do Santander Brasil subiu 29,3% no segundo trimestre ante o mesmo período de 2016, para R$ 2,335 bilhões, ajudado pela redução das despesas administrativas e pelo aumento da receita com serviços e tarifas. O resultado impulsionou os ganhos globais do banco espanhol.

Em relação ao primeiro trimestre, o lucro cresceu 2,41%. O lucro recorrente exclui despesas e receitas extraordinárias. Quando se consideram esses itens, o lucro cai para R$ 1,879 bilhões, avanço de 39,5% na comparação anual.

As receitas do banco com serviços e tarifas cresceram 17,9% em relação ao segundo trimestre de 2016, para R$ 3,792 bilhões. Destaque para a alta de 13,9% com serviços de conta-corrente. O ganho com cartões aumentou 2,3% e as comissões de seguros, 6,5%.

As despesas administrativas cresceram 3% em um ano, para R$ 2,344 bilhões. Os gastos com pessoal tiveram alta de 7,2%, para R$ 2,205 bilhões. Somadas, as despesas gerais caíram 1,7% em relação aos três meses anteriores e 5% na comparação anual.

No trimestre, a carteira de crédito do banco ficou praticamente estável na comparação com os três meses anteriores –houve recuo de 0,2%, para R$ 256,765 bilhões. Em relação ao mesmo período do ano passado, os empréstimos cresceram 5,1%.

A margem financeira líquida, que mede o ganho do banco nas operações de empréstimos e já desconta a provisão para calote, cresceu 27,3%, para R$ 6,738 bilhões, mesmo num cenário de queda dos juros.

A despesa do banco com provisões para perdas com calotes, já descontado o volume de recuperação de créditos, somou R$ 2,36 bilhões. O número representa queda de 6,2% na comparação anual e de 4,3% ante o período de janeiro a março.

O dado veio na esteira do controle da qualidade da carteira, com o índice de inadimplência acima de 90 dias em 2,9%, estável ante março e queda de 0,3 ponto em 12 meses.

Com essa combinação, o Santander Brasil, principal fonte de resultados do espanhol Santander, teve rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 15,8% no segundo trimestre, queda sequencial de 0,1 ponto.

GLOBAL

O banco espanhol anunciou alta de 37% no lucro líquido do segundo trimestre ante mesmo período de 2016, impulsionado pelo Brasil, seu principal mercado, mas afetado pela compra do Banco Popular.

O maior banco da zona do euro em valor de mercado, que consolidou o Banco Popular no balanço pela primeira vez desde que adquiriu a problemática instituição, em 7 de junho, teve lucro líquido de € 1,75 bilhão (cerca de R$ 6,5 bilhões) entre abril e junho.

A margem líquida de juros —medida do lucro com empréstimos menos os custos de depósito— atingiu € 8,6 bilhões no segundo trimestre, alta de 13,6% ante igual intervalo do ano anterior, tendo pequeno impulso do Banco Popular.

Mas o Santander também informou que capital nível 1 caiu para 9,58% ao fim de junho, de 10,66% nos três meses anteriores, como resultado da aquisição do Banco Popular.

O banco espanhol deve reverter rapidamente a situação, após concluir na próxima semana o aumento de capital no valor de € 7 bilhões, para o qual recebeu forte demanda. Sem o Popular, o nível de capital teria sido de 10,72%, afirmou o Santander.

A aquisição do Banco Popular também elevou o percentual de inadimplência do Santander para 5,37% do total de empréstimos ao fim de junho, de 3,74% em março, mas o nível ainda ficou abaixo do apurado por rivais.

Assim como os concorrentes domésticos e europeus, o banco espanhol enfrenta dificuldades para ampliar os lucros com empréstimos, uma vez que as taxas de juros beiram níveis historicamente baixos, enquanto a crescente concorrência na Espanha enfraquece as margens.


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