A Alphabet, holding que controla o Google, teve a maior queda no lucro em quase uma década, resultado da multa recorde imposta pelas autoridades regulatórias europeias contra a empresa.
O Google foi multado em € 2,4 bilhões , sob a acusação de favorecer ilegalmente seu mecanismo de comparação de preços de produtos.
Com a multa, o lucro da Alphabet caiu 28% no segundo trimestre, para US$ 3,5 bilhões. Foi a maior queda no lucro da empresa desde o quarto trimestre de 2008, quando a economia global começava a sentir mais fortemente o efeito da crise que começou nos EUA e logo se espalhou pelo resto do mundo.
Retirando os valores da punição da UE (da qual o Google ainda está recorrendo), o ganho da Alphabet teria crescido 28% em relação ao segundo trimestre do ano passado, para US$ 6,3 bilhões.
A receita alcançou US$ 26 bilhões, superando a estimativa de analistas.
BOICOTE
O desempenho da empresa no segundo trimestre era esperado com muita atenção por analistas não só pela multa da UE mas também pelo impacto do boicote de anunciantes contra o YouTube.
Uma série de anunciantes (o grupo inclui empresas como Pepsi, Walmart e Starbucks) desistiu de colocar sua publicidade no site depois da revelação de que vídeos com conteúdo violento ou extremista estavam recebendo anúncios de companhias consideradas "mainstream".
À época, muitas empresas manifestaram que iriam cobrar descontos para continuar anunciando no site de vídeos e em uma categoria que atualmente o Google cobra mais. A empresa americana de tecnologia tem hoje um preço maior para seus clientes se eles quiserem que sua publicidade tenha como alvo um público específico ou um determinado conteúdo.
Apesar das preocupações, o que o resultado financeiro da Alphabet demonstra é que o impacto do boicote foi pequeno. A receita do Google com publicidade cresceu 18% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 22,7 bilhões.
De acordo com Ruth Porat, diretora financeira da empresa, o YouTube foi uma das principais fontes de crescimento da receita para a empresa, ao lado da pesquisa por dispositivos móveis.
O faturamento de outras unidades, incluindo os celulares Pixel, a Play Store e o serviço de nuvem, subiu 42,3%, para US$ 3,1 bilhões.