Folha de S. Paulo


Setor de serviços perde força e fica estável em maio, indica IBGE

O setor de serviços brasileiro reduziu com força o ritmo de crescimento em maio, ficando praticamente estável e abaixo do esperado, em meio à intensa crise política que afeta o governo do presidente Michel Temer.

O volume de serviços registrou alta de 0,1% em maio sobre o mês anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (13). A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,5%.

Em abril, o crescimento foi de 1% na comparação com março.

Sobre maio de 2016, o volume de serviços teve queda de 1,9%, contra expectativa de baixa de 1,6%. Entretanto, esse foi o menor recuo desde abril de 2015.

Setor de serviços - Variação do volume de serviços, em %

Segundo o IBGE, o destaque no mês foram outros serviços, com aumento de 6,2%, seguidos pela alta de 2,4% de serviços profissionais, administrativos e complementares, puxados pelas áreas jurídicas e publicitárias.

Na outra ponta, os setores de serviços de informação e comunicação e o de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, terminaram maio com quedas respectivamente de 0,3% e 0,2%.

Já o agregado especial das atividades turísticas teve retração de 2,6% na comparação mensal, segunda queda consecutiva.

O setor de serviços está sofrendo com a elevada taxa de desemprego, que afeta diretamente a renda da população, mesmo com o cenário de inflação cada vez mais fraca e juros em queda.

O cenário macroecônomico também foi afetado, a partir de meados de maio, pela forte crise política desencadeada após delações de executivos do grupo J&F que levaram à denúncia por crime de corrupção passiva contra Temer.

O indicador de confiança do setor de serviços apurado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) mostrou em junho a maior queda em um ano e nove meses, indicando que a atividade do setor permanecerá fraca.

Setor de serviços - Variação da receita nominal do setor de serviços, em %


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