Folha de S. Paulo


Empresas de médio porte são as que menos contratam mulheres

As empresas de médio porte são as que menos contratam mulheres no Brasil. Entre as empresas desse porte, os homens ainda compõem mais de 60% dos empregados, segundo o IBGE.

O quadro é mais favorável às mulheres em companhias de grande porte (com 250 empregados ou mais), em que a participação feminina chegou a 46,4% em 2015. As pequenas empresas ficam em segundo lugar em termos de participação feminina (45%).

As empresas de médio porte (de 50 a 249 empregados) eram responsáveis em 2015 por 14,8% do total de assalariados do país e 12,5% do volume de remuneração pago.

O levantamento feito pelo IBGE aponta uma ligeira melhora na participação feminina no setor privado entre 2010 e 2015: o percentual de mulheres assalariadas evoluiu de 36,2% para 38,8% no período, considerando esse mercado como um todo.

Na administração pública, em que a seleção é feita por concurso, elas continuaram a ser maioria. O quadro, contudo, é de estabilidade: tanto em 2010 quanto em 2015 elas compunham 58,3% dos empregados no setor.

Houve avanço por outro lado nas entidades sem fins lucrativos, onde as mulheres ampliaram sua participação de 53,3% para 55,8% em cinco anos, enquanto o percentual de homens caiu na mesma proporção.

Uma novidade do período é que as mulheres passaram a dominar o campo das atividades profissionais, científicas e técnicas. Enquanto em 2010 elas correspondiam a 47,3% dos ocupados na área, em 2015 essa fatia subiu para 50,6%. Uma das razões para essa mudança é o melhor nível de qualificação médio das mulheres, que detêm mais diplomas de ensino superior e pós do que a população masculina, em média.

Por outro lado, a participação feminina recuou 0,8% nas atividades ligadas a eletricidade e gás –uma das áreas que apresenta os melhores níveis de remuneração– e no campo da educação, onde o percentual de mulheres caiu 1,6% entre os anos de 2010 e 2015.

SALÁRIOS

A diferença entre os salários pagos para homens e mulheres continua grande, segundo o levantamento feito pelo IBGE.

Em 2015, elas ganhavam o equivalente a 81% dos salários dos homens, em média (R$ 2.708,22 vs. R$ 2.191,59).

Em relação a 2014, ano de início da recessão, a população assalariada em geral sofreu uma redução salarial média de 3,2%. A queda, contudo, foi menor entre as mulheres (-2,3%) do que entre os homens (-3,5%) empregados no setor formal.

Por outro lado, pesquisa recente do Ipea mostrou que a distância entre a jornada de trabalho de homens e mulheres vem aumentando –ao contrário do senso comum.


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