Folha de S. Paulo


Brasil tem superavit comercial de US$ 7,2 bilhões, recorde para junho

A balança comercial brasileira registrou superavit de US$ 7,195 bilhões em junho, melhor resultado para o mês desde o início da série histórica em 1989, fechando o segundo trimestre com saldo positivo de US$ 21,821 bilhões, informou nesta segunda-feira (3) o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

O resultado do mês ficou em linha com a expectativa de superavit de US$ 7 bilhões, segundo pesquisa Reuters com analistas, e veio principalmente da expressiva alta nas exportações, que avançaram 23,9% na comparação anual, pela média diária, a US$ 19,788 bilhões.

Com isso, as vendas de produtos brasileiros deram sequência ao comportamento visto nos últimos meses, em parte impulsionadas por melhores preços de commodities na comparação com igual período de 2016.

As importações também cresceram em junho, mas em ritmo bem mais modesto, em meio à recuperação ainda fraca da economia brasileira. A alta foi de 3,3% sobre o mesmo mês do ano passado, também pela média diária, a US$ 12,593 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre, a balança comercial teve um saldo positivo de US$ 36,219 bilhões —recorde para o período.

Em função dos expressivos resultados alcançados até agora, o ministério já havia melhorado sua expectativa para o ano, com projeção de saldo positivo de US$ 55 bilhões nas trocas comerciais, sobre cerca de US$ 50 bilhões anteriormente. Se confirmado, este será o melhor desempenho já entregue pelo Brasil.

DESTAQUES DE JUNHO

Do lado das exportações, houve aumento expressivo nos embarques de básicos (28,5%), semimanufaturados (28,2%) e manufaturados (16,1%) em junho comparando com o mesmo mês no ano passado.

Os destaques ficaram pelas vendas de petróleo em bruto, que saltaram 114,1% na mesma base de comparação, US$ 2 bilhões de dólares, e de minério de ferro, que cresceram 32,2%, a US$ 1,4 bilhão. Com importante peso na balança, as exportações de soja em grão também subiram 18,2% sobre junho do ano passado, a US$ 3,4 bilhões.

Mesmo após os Estados Unidos terem suspendido em meados do mês passado a importação de carne bovina in natura do Brasil após alta porcentagem de embarques não terem passado pelos testes de segurança, as vendas de carne bovina brasileira, de maneira geral, subiram 16,6% em junho sobre igual mês do ano passado, a US$ 422 milhões.

As importações no mês tiveram comportamento menos uniforme. De um lado, as compras de bens de capital caíram 50,5% e, de outro, subiram as compras de combustíveis e lubrificantes (62,4%), bens intermediários (13,6%) e bens de consumo (7,6%).


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