Folha de S. Paulo


Sebrae quer se aliar a start-ups para distribuir melhor crédito do BNDES

Vinícius Pereira/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 26/10/2012, AGO - GRANA - Feira do empreendedor do Sebrae - opes de investimentos para quem vai abrir um negocio e dicar de como lucrar - FOTO VINICIUS PEREIRA/Folhapress *** EXCLUSIVO AGORA*** EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE Ê*** UOL E FOLHA.COM CONSULTAR FOTOGRAFIA AGORA*** FONES 3224 2169 -3342
Feira do empreendedor do Sebrae, em São Paulo

O Sebrae quer usar start-ups do setor financeiro (companhias iniciantes de tecnologia conhecidas como fintechs) para melhorar a distribuição do crédito do BNDES às pequenas empresas.

Segundo Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae Nacional, a rede de bancos privados (em geral responsável por repassar crédito do BNDES às empresas menores) têm pouco interesse em oferecer produtos que não sejam os seus próprios e trabalham com regras e burocracias que dificultam o acesso dos pequenos empresários a empréstimos.

Por outro lado, as fintechs teriam agilidade e tecnologia para fazer uma distribuição do crédito mais fácil e menos concentrada em grandes companhias, diz Afif.

Pesquisa do Sebrae feita em maio indica que 21% das micro e pequenas empresas já acessaram crédito do BNDES.

A ideia do presidente do Sebrae é que a instituição e o BNDES realizem uma seleção de start-ups que possam fazer essa ponte entre o banco e as pequenas empresas.

O Sebrae também poderia viabilizar operações a partir de um fundo de aval que a instituição mantém para permitir o acesso a empréstimos de companhias que não tem garantias para oferecer a credores (para usá-los, as empresas pagam um percentual da operação ao fundo).

Questionado sobre o risco de essas fintechs, com poucos anos de mercado, ainda não estarem tecnicamente prontas para lidar com grandes volumes financeiros e de operações sem criar riscos para o mercado, Afif afirma que o papel delas será apenas o de oferecer suas tecnologias e processar as operações. Farão isso seguindo parâmetros definidos pelo BNDES: "Quem concederá o crédito será o banco".

Porém ele não descarta a possibilidade de ajustes serem necessários após implantação do sistema.

"Caso haja algum problema causado pelas fintechs, isso se refletirá na inadimplência e será possível fazer correções. E todas as operações terão garantias [o que protegeria o BNDES de perdas com calotes]."

Novas reuniões entre Sebrae e BNDES para discutir o assunto devem ocorrer em duas semanas. Afif diz acreditar que o início das operações com fintechs será ainda neste ano.


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