Folha de S. Paulo


Dinheiro de demissões movimenta mercado de microfranquias

O dinheiro recebido após a rescisão de um contrato de trabalho é uma das fontes que movimentam o segmento de microfranquias no Brasil.

"Muitas empresas funcionam como 'home-based' [base domiciliar], têm custos fixos mais baixos. O franqueado é o próprio funcionário e não há necessidade de ponto comercial", diz Naiara Correa, diretora-executiva da incubadora Lemon & Co.

Ela lembra que há outros modelos flexíveis, como quiosques instalados em shoppings ou supermercados.

Antes de entrar no ramo é importante que o novo empreendedor tenha um valor reservado para se manter enquanto o retorno não vem, diz Adriana Auriemo, diretora de microfranquias da ABF (Associação Brasileira de Franchising). Ela reforça que é bom checar se a franqueadora dá suporte e treinamento.

É preciso, também, verificar o potencial de expansão da rede e sua política territorial, para saber onde é possível atuar sem conflitos com outros franqueados.

FASE DE CRESCIMENTO - Número de empresas que oferecem o modelo de microfranquias aumentou em período de crise

NOVAS OPÇÕES

O número de redes que operam com microfranquias cresceu 12% em 2016 em relação a 2015, de acordo com a ABF. A entidade classifica como microfranquias modelos de negócio com investimento inferior a R$ 90 mil.
Muitas empresas que já atuavam no mercado com opções mais caras de negócio estão oferecendo alternativas de menor porte.

Gustavo Albanesi, fundador do Buddha Spa, decidiu montar uma marca voltada para esse público. A Smart Spa demanda investimento de R$ 26 mil e é uma cabine de terapia, massagem e estética equipada com a linha de cosméticos da rede.

"Os que investem nesse modelo são, em geral, profissionais do segmento de beleza que conhecem as técnicas, mas não têm perfil empreendedor", explica Albanesi.

Ele conta que a rede ensina os caminhos para vender os serviços e disponibiliza ferramentas que ajudam a administrar o negócio.

"Iniciamos as atividades em outubro do ano passado. Temos sete unidades em funcionamento e estamos abrindo, em média, duas unidades por mês", diz o executivo.

De acordo com ele, por se tratar de investimento baixo, o retorno do valor aplicado ocorre entre 6 e 12 meses.

A rede de semijoias Mapa da Mina vai lançar na ABF Franchising Expo 2017 um projeto de microfranquia, cujo investimento será de R$ 50 mil. Chamado express, o modelo contará com uma torre exibindo peças e acessórios da marca que será inserida dentro de estabelecimentos comerciais, como salões de beleza, lojas de cosméticos e perfumarias.

"Temos hoje 15 unidades, sendo 11 franqueadas, e a meta é abrir cinco operações neste ano", afirma Marcos Pertile, diretor da rede. 

Outra franquia de acessórios que também vai lançar esse modelo de negócio é a MyGloss, com um investimento inicial estimado em cerca de R$ 30 mil.

"O objetivo é que esses novos parceiros sejam treinados para atuarem como consultores de moda, além de franqueados", diz Rodrigo Stocco, diretor da MyGloss.


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