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Câmara autoriza governo a ficar com R$ 8,6 bi de precatórios não sacados

Alan Marques/Folhapress
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, fala sobre a criação de um novo ministério, o da Segurança Pública, em Brasília (DF)
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (13) projeto do governo que pode engordar os cofres federais em mais de R$ 8 bilhões.

O texto estabelece que sejam restituídos aos cofres públicos valores referentes a precatórios e requisições de pequeno valor (RPV) que estejam sem movimentação há mais de dois anos.

O projeto segue, agora, para votação no Senado.

Os precatórios são valores oriundos de processos contra a administração pública, como ações vitoriosas de segurados contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) a título de concessão ou revisão de benefício. O alvo do governo é o dinheiro que, por algum motivo, deixou de ser sacado.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, calcula na justificativa do projeto um impacto imediato de R$ 8,6 bilhões com os precatórios não sacados, valor que seria levado em conta ao definir o congelamento de recursos do Orçamento deste ano. O dinheiro acabou não entrando na conta por não haver segurança jurídica para seu uso.

"A existência de depósitos não levantados representa situação de ineficiência na utilização de recursos públicos para o pagamento de precatório que, por muitas vezes, ficam disponibilizados por mais de dez anos sem que a parte beneficiária saque os recursos", afirma Oliveira na justificativa.

Levantamento do Conselho da Justiça Federal indica que existem 493.301 contas não sacadas no país, com um total de R$ 8,6 bilhões depositados.


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