O Conselho de Administração da Uber vai discutir a possibilidade de afastamento temporário do fundador e presidente-executivo Travis Kalanick como forma de renovar as práticas de negócio da empresa, segundo fontes ligadas à empresa.
É considerada a possibilidade de que Kalanick retorne à Uber em um papel de menor autoridade, mesmo que reconduzido à presidência da empresa.
O Conselho procura adotar uma série de normas internas e deve fazer mudanças na gestão, aconselhados por advogados contratados para investigar acusações de assédio sexual e rever a cultura corporativa. A ideia de afastar Kalanick não teria vindo desses especialistas.
Essa revisão dentro da Uber começou em fevereiro, após as denúncias de uma ex-funcionária, Susan Fowler, de assédio sexual e omissão por parte dos gestores. Também foram analisados casos discriminação, comportamento antiprofissionais, bullying e outras queixas dos funcionários.
Um porta-voz da Uber não quis comentar o possível afastamento. A decisão do Conselho seria anunciada nesta terça.
Kalanick ficou conhecido pelo jeito áspero, que marcou também o modo de trabalhar da organização. Em fevereiro, ele foi filmado humilhando um motorista da Uber.
Logo depois, pediu desculpas afirmando que "precisava mudar fundamentalmente como líder e crescer."