Folha de S. Paulo


Meirelles é chamado de 'golpista' durante evento em Paris

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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi chamado de "golpista" na manhã desta sexta-feira (9), durante encontro em Paris, por uma mulher que se identificou como militante do PT. Ela não disse seu nome.

Poucos minutos após ministro começar a discursar no Fórum Internacional Econômico para América Latina e Caribe, no auditório do ministério da Economia da França, a mulher levantou-se e começou a gritar que Meirelles era "golpista".

A mulher também chamou o ministro de "corrupto" e "mentiroso" e disse que o governo de Michel Temer iria acabar. Ela foi rapidamente retirada do local pela segurança. O ministro seguiu com seu discurso.

Meirelles classificou como "absolutamente normal" o protesto. "É um processo ao qual já estamos acostumados em Brasília, onde houve protestos bastante mais numerosos. Aliás, na última manifestação em Brasília o prédio do Ministério da Fazenda foi totalmente preservado, o que é um sinal positivo", disse o ministro, lembrando dos protesto do último dia 24 de maio, na capital.

"A livre manifestação é absolutamente legítima e saudável para a democracia", afirmou.

No momento do incidente, Meirelles falava no painel "América Latina e Caribe diante dos novos desafios da Globalização" e dividia o palco com o ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, e representantes de governos e instituições internacionais.

O Fórum foi aberto pelo ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, e o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, Angél Gurría.

SITUAÇÃO POLÍTICA 'NORMAL'

Para Meirelles, "normal" também é a situação política no Brasil, apesar do julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode cassar o mandato de Temer e da possibilidade de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acuse o presidente de "chefe de organização criminosa".

"Acredito que sim, [a situação é normal] do ponto de vista institucional. O importante é que tudo no Brasil está sendo feito dentro da constituição, dentro das normas vigentes. Temos agora o julgamento do TSE. Caso haja outros procedimentos, serão todos feitos dentro da normalidade, isso é que é importante", afirmou o ministro.


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