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Roberto Olinto é confirmado na presidência do IBGE

Leo Pinheiro/Valor/Folhapress
Roberto Olinto, novo presidente do IBGE
Roberto Olinto, novo presidente do IBGE

Roberto Olinto, atual diretor de pesquisas do IBGE, foi confirmado na noite desta quarta-feira (31) como novo presidente do instituto. Ele substitui o economista Paulo Rabello de Castro, que deixou o IBGE para assumir a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A movimentação ocorreu após Maria Silvia Bastos Marques ter pedido demissão do comando do BNDES na sexta (26), em meio a críticas de que o banco estaria represando a liberação de crédito.

Formado em engenharia de sistemas, Roberto Olinto assumiu a diretoria de pesquisas do IBGE em agosto de 2014. Entre 2005 e 2014, foi coordenador de Contas Nacionais no instituto.

A posse de Olinto será nesta quinta-feira (1º), às 17h, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. No mesmo evento, Rabello de Castro também será empossado como novo presidente do BNDES.

LAVA JATO E CRISE

O envolvimento de empresas na Operação Lava Jato e o impacto da crise econômica sobre o negócio de grandes companhias impediram o BNDES de emprestar R$ 25 bilhões em projetos de infraestrutura no ano passado, afirmou nesta quarta Marilene Ramos, diretora do banco.

Segundo ela, o banco dispunha de R$ 55 bilhões para emprestar em infraestrutura. Os recursos, diz, correspondiam a contratações em análise ou mesmo em vigor.

Parte desses recursos —ou R$ 25 bilhões— acabou retida pelo banco em razão da deterioração creditícia de empresas. O BNDES, então, acabou emprestando apenas R$ 30 bilhões, em resposta aos problemas na demanda de recursos.

Para Marilene, há uma angústia natural em relação ao processo de liberação desses recursos, mas é preciso entender que as negociações são longas e, no caso de algumas empresas, envolvem acordos de leniência.

A leniência, afirma ela, regulariza a empresa do ponto de vista cadastral.

"Com o cadastro regularizado, a avaliação do banco sobre a empresa é igual a feita sobre qualquer outra."

Ela diz que há perspectivas de bons projetos que podem mitigar o deficit em infraestrutura no Brasil, mas ressaltou: "Não sonhem chegar ao BNDES com projeto no papel de pão e ter financiamento em seis meses".

Além das áreas de infraestrutura e inovação, o BNDES também olha com especial atenção ao segmento de pequenas e médias empresas —que, muitas vezes, encontram dificuldades de acessar recursos do BNDES por meio de repasses feitos aos bancos comerciais.

Para o BNDES, o segmento de pequenas e médias empresas incluem companhias com faturamento anual de até R$ 300 milhões.


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