Folha de S. Paulo


Tucanos recuam e dizem que reforma trabalhista vai continuar no Senado

Pedro Ladeira - 26.abr.17/Folhapress
Parlamentares da oposição protestam na Câmara contra a reforma trabalhista
Parlamentares da oposição protestam na Câmara contra o projeto da reforma trabalhista

O PSDB do Senado anunciou nesta segunda-feira (22) que vai manter o cronograma da reforma trabalhista na Casa.

De acordo com os tucanos, o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) será apresentado e lido nesta terça-feira (23) na Comissão de Assuntos Econômicos.

O anúncio feito pelo relator é um recuo em relação a nota divulgada por ele na última quinta (18).

Logo após terem sido reveladas as acusações do empresário Joesley Batista contra o presidente Michel Temer, Ferraço disse por meio da nota que a reforma era assunto "secundário" diante da crise.

"A crise institucional que estamos enfrentando é devastadora e precisamos priorizar a sua solução, para depois darmos desdobramento ao debate relacionado à reforma trabalhista", disse o senador na semana passada.

O senador mudou o discurso após uma reunião de lideranças do PSDB. Agora, afirmou que mudou de ideia porque "não se pode misturar uma crise do governo com o funcionamento do país".

A fala de Ferraço foi endossada pelo presidente interino do PSDB e presidente da CAE, senador Tasso Jereissati (CE).

"Nosso compromisso é com país e estamos trabalhando normalmente. Os acontecimentos políticos independem do nosso trabalho aqui e o Brasil depende que nós continuemos a trabalhar e dar seguimento", disse Jereissati.

Questionado sobre se o PSDB seguirá na base do governo, o presidente do PSDB disse que é preciso "aguardar".

"Estamos vendo isso [apoio ao governo] com muita responsabilidade e cuidado. Existem desdobramentos como o julgamento do STF e, em seguida do TSE, vamos aguardar", disse.


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