Folha de S. Paulo


Próximo presidente terá de continuar com ajustes, diz economista da XP

Mesmo com a aprovação da reforma da Previdência, o próximo presidente do país vai precisar dar continuidade aos ajustes na área fiscal. "Essa questão vai nos perseguir por um bocado de tempo", disse Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.

Em evento da Amcham, em São Paulo, a economista disse ainda que há risco de "nomes esquisitos" na campanha eleitoral do ano que vem, mas afastou a possibilidade do que chamou de "populismo eleitoral", pois não haveria mais recursos para fazer política fiscal irresponsável.

Segunda ela, no contexto atual, de maior preocupação com as contas públicas, "Dilma não teria espaço para ser Dilma".

REFORMA DA PREVIDÊNCIA
As mudanças propostas na aposentadoria

No mesmo evento, Rafael Guedes, diretor-executivo da Fitch Ratings, disse que a reforma previdenciária é o aspecto central a ser levado em conta pelos analistas da Fitch na reavaliação da nota de crédito do Brasil. "É extremamente importante que não detectemos uma diluição maior da reforma".

Segundo ele, passada a reforma, ficará mais fácil para o próximo governo renegociar e incluir os grupos que ficaram de fora. Guedes disse que há sinais positivos de recuperação econômica, mas a perspectiva de crescimento no médio prazo segue fraca.

Latif ressaltou que, a despeito da fraqueza da economia, a queda da inflação é mérito desse governo —e não consequência apenas da recessão.

"Essa ancoragem tem a ver com a questão fiscal e com a capacidade de o governo de arcar com reformas difíceis, como a da Previdência", disse. A XP espera queda da taxa Selic de 1,25 ponto percentual na próxima reunião do Banco Central, mas "torce" por 1,50 ponto.


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