Folha de S. Paulo


Dólar cai pelo 3º dia com exterior e otimismo por reforma; Bolsa sobe

Ricardo Moraes - 10.set.2015/Reuters
Dólar fecha em baixa pelo terceiro dia com exterior e otimismo por reforma da Previdência
Dólar fecha em baixa pelo terceiro dia com exterior e otimismo por reforma da Previdência

O dólar fechou em baixa nesta quinta-feira (11) e somou o terceiro dia de queda em relação ao real, em parte acompanhando o movimento de enfraquecimento da moeda americana no exterior e ainda refletindo um otimismo do mercado com a aprovação da reforma da Previdência.

O dólar comercial fechou em baixa de 0,66%, para R$ 3,148. O dólar à vista recuou 0,36%, para R$ 3,147.

A queda da moeda teve componentes domésticos e externos. Lá fora, o ruído político criado após o presidente americano, Donald Trump, demitir o diretor do FBI, James Comey, continuou repercutindo.

A decisão foi considerada controversa. Dias antes, Comey havia pedido mais recursos para ampliar a investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016, na qual Trump saiu vitorioso.

As supostas relações entre auxiliares de Trump e autoridades da Rússia provocaram turbulências nos primeiros meses do governo do republicano. A instabilidade fez 18 das 31 principais divisas do mundo ganharem força em relação ao dólar nesta quinta.

No campo doméstico, a postura do governo de barrar novas concessões para conseguir aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados é vista como sinal de que a proposta não será mais descaracterizada, o que poderia comprometer a economia necessária para equilibrar as contas públicas.

"Havia uma gordura no dólar devido à reforma e às dúvidas sobre o que seria alterado no projeto original. Agora, com a visão de que não deve haver mudanças para agradar o campo político, o dólar voltou ao patamar em que deveria estar", diz Tarcísio Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista.

O Banco Central não fez intervenção no mercado nesta sessão. Em junho, vencem US$ 4,435 bilhões em contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro).

Para Joaquim, o BC sinaliza que só vai atuar no mercado caso perceba que a instabilidade no câmbio pode afetar a economia e a confiança dos investidores, ou seja, se notar que a queda ou alta não é pontual.

BOLSA

A Bolsa brasileira conseguiu subir, na contramão dos principais mercados internacionais, que recuaram nesta quinta.

O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas do mercado acionário brasileiro, fechou em alta de 0,28%, para 67.537 pontos. O volume financeiro no pregão foi de R$ 7,85 bilhões, abaixo da média diária do ano, que é de R$ 8,04 bilhões.

As ações do Banco do Brasil ajudaram a sustentar a alta da Bolsa, após subirem 3,12%. O banco divulgou que seu lucro quase que dobrou no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016. O resultado do banco foi fruto de receitas maiores e corte de despesas.

A alta ajudou papéis de alguns bancos. As ações do Itaú Unibanco avançaram 1,71%. Os papéis preferenciais do Bradesco subiram 0,60%, enquanto os ordinários recuaram 0,03%. As units —conjunto de ações— do Santander Brasil caíram 0,54%.

As ações da Petrobras fecharam com resultados mistos. Os papéis mais negociados subiram 0,61%, para R$ 14,82. As ações com direito a voto recuaram 0,20%, para R$ 15,32.

Os preços do petróleo se recuperaram no exterior e subiram, com maior apoio ao corte de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), um dia após o governo dos Estados Unidos reportar uma grande queda nos estoques, aumentando a confiança de que um excedente global pode diminuir.

O barril do Brent, de Londres, teve alta de 1,08%, para US$ 50,76. O barril do WTI, dos EUA, subiu 1,04%, para US$ 47,82.

As ações da mineradora Vale fecharam o dia em baixa, seguindo queda de 0,61% dos preços do minério de ferro. Os papéis mais negociados da mineradora caíram 1,58%, para R$ 24,92. As ações que dão direito a voto tiveram baixa de 0,90%, para R$ 26,32.


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