Folha de S. Paulo


Estudante agredido por PM com cassetete em manifestação recebe alta

Luiz Luz
Video mostra o momento que Mateus Ferreira foi atingido na cabeca por um golpe de cassetete
Video mostra o momento que Mateus Ferreira foi atingido na cabeca por um golpe de cassetete

O jovem agredido por um policial militar em Goiás na sexta (28), dia de manifestações e greve geral, recebeu alta hospitalar nesta quinta (11) em boas condições clínicas, de acordo com boletim divulgado. Ele deverá continuar o tratamento via ambulatorial.

Mateus Ferreira, 33, ficou internado em um hospital na capital goiana para tratar traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas.

O estudante foi atingido por um golpe de cassetete durante ato contra as reformas trabalhista e previdenciária. As imagens foram capturadas em vídeo, feito por um cinegrafista amador.

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A Polícia Militar de Goiás afastou o capitão Augusto Sampaio, subcomandante da 37ª Companhia Independente, suspeito de agredir ao estudante Mateus Ferreira, 33, em protesto em Goiânia.

"O capitão foi afastado das funções de rua em função da suspeita de agressão ao estudante", afirmou o comandante-geral da Polícia Militar goiana, coronel Divino Alves de Oliveira. "Assim que tivemos conhecimento do ocorrido, já determinamos abertura de inquérito para apurar o que aconteceu."

Sampaio continua trabalhando, mas em funções administrativas internas. O período para a conclusão da averiguação é de 30 dias. Se houver denúncia, o capitão será encaminhado à Justiça Militar.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado condenou as agressões, defendeu o "direito constitucional e legítimo" de se manifestar "de forma pacífica e ordeira" e afirmou ter aberto investigação para averiguar a atuação dos policiais.

"Uma vez comprovada a autoria, [a secretaria] será rigorosa na punição administrativa e no encaminhamento para a esfera judiciária", afirmou a pasta.

A UFG (Universidade Federal de Goiás), onde Ferreira cursa ciências sociais, manifestou seu repúdio à agressão. "A UFG é histórica defensora do direito à livre manifestação e condena com veemência atos de repressão que venham a cercear esse princípio democrático."

A Folha tentou localizar o advogado de Sampaio, mas a corporação não informou o responsável pela defesa.


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