O presidente Michel Temer fez nesta terça-feira (9) um discurso a portas fechadas no Palácio do Planalto em que disse ver uma "luta política" contra seu governo e que não chegou ao cargo para "destruir trabalhadores".
Segundo Temer, o primeiro momento dessa disputa política foi a "alegação do golpe" contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e, agora, sua gestão sofre com a campanha contra as reformas trabalhista e previdenciária, alvo de resistência, inclusive, entre integrantes de sua base aliada.
Em defesa das propostas, ambas em tramitação no Congresso, Temer admitiu que a reforma da Previdência é "saborosa para a oposição e amarga para a situação" e disse que as mudanças nas leis trabalhistas não retiram direitos dos trabalhadores. "As mentiras alardeadas têm sido brutais", declarou.
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"Vejo uma luta política. A questão trabalhista é uma luta politica. Com todas as vênias, não há violação alguma a direito algum, é que as pessoas acham que, se não tiver na lei, não vale", declarou Temer, segundo a Folha apurou junto a participantes do encontro.
"Até parece que chegamos aqui para destruir os trabalhadores. O destino me colocou aqui, Deus me colocou aqui para cumprir uma missão difícil, complicada", completou Temer.
O discurso foi feito em reunião convocada pelo presidente para pedir apoio à bancada do PMDB no Senado às reformas e também para tentar pacificar o líder do partido na Casa, Renan Calheiros (AL), que tem feito críticas duras e públicas ao governo.
Renan, por sua vez, não foi tão duro como é em público diante de Temer mas disse que é preciso "saber até onde ir" na defesa das reformas que, segundo ele, têm compromisso com o "capitalismo selvagem".
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