Folha de S. Paulo


Brasileiro fica menos pessimista sobre a economia, diz Datafolha

Os brasileiros estão um pouco menos pessimistas em relação à sua própria situação econômica e à do país, em comparação com as expectativas de dezembro do ano passado.

Pesquisa Datafolha realizada nos dias 26 e 27 de abril registra queda de 41% para 31% na porcentagem dos que acham que a economia brasileira vai piorar.

A parcela de quem prevê progressos oscilou de 28% para 31% e os que acham que tudo ficará como está são 35%, ante 27% no fim do ano passado.

O Datafolha ouviu 2.781 pessoas em 172 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A situação econômica do país

A melhora nas expectativas econômicas acompanha o "{momento de maior rejeição do governo Temer]":http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/04/1879861-com-rejeicao-a-temer-de-61-85-defendem-eleicao-direta-diz-datafolha.shtml (61% o consideram ruim ou péssimo) e das reformas propostas por ele (71% se declaram contra a reforma da Previdência e 58% acham que o trabalhador perderá direitos com a reforma trabalhista).

SITUAÇÃO PESSOAL

Apesar da má avaliação do governo, a pesquisa mostra um salto de 37% para 45% na porcentagem dos que esperam uma melhora econômica em sua vida pessoal.

A situação econômica pessoal

Os que acham que sua situação vai piorar caíram de 27% para 18%, e 34% acham que nada mudará.

Nesse período, houve também redução significativa da inflação. Segundo o IPCA, medido pelo IBGE, a alta de preços passou de 6,29%, nos 12 meses encerrados em dezembro de 2016, para 4,57% no período até março deste ano -índice bem próximo ao centro da meta do Banco Central, de 4,5%.

A expectativa de economistas ouvidos pelo BC na pesquisa Focus é que a inflação encerre o ano em 4,04%.

Apesar dessa retração, a maioria (56%) ainda espera um aumento da inflação -menos que os 66% de dezembro de 2016.

A inflação

Já a porcentagem dos que acham que o poder de compra do salário será reduzido é menor: 44% dos entrevistados, ante 59% na pesquisa realizada em dezembro.

Em relação ao desemprego, que está em alta desde o começo de 2015 e fechou o trimestre encerrado em março em 13,7% da população (cerca de 14 milhões de brasileiros), o pessimismo também caiu, mas ainda é grande.

O desemprego

Para 57%, o mercado de trabalho vai piorar, uma queda de dez pontos sobre dezembro (quando o desemprego medido pelo IBGE era 12%). Outros 20% esperam melhora (ante 16%) e 21% acham que a situação vai permanecer como está (ante 14% na pesquisa anterior).

CONFIANÇA

As expectativas sobre cinco aspectos econômicos fazem parte do IDC (Índice Datafolha de Confiança), que incluem também uma avaliação do Brasil como lugar para viver e uma pergunta sobre orgulho ou vergonha de ser brasileiro.

No cálculo do índice, a taxa de menção negativa é subtraída da taxa de menção positiva e somam-se 100 pontos (para evitar resultados negativos quando há mais pessimismo que otimismo).

Índices abaixo de 100 mostram mais pessimismo. Em abril, o IDC foi 97, alta de dez pontos sobre dezembro.

O poder de compra

Embora todos os indicadores econômicos tenham mostrado uma melhora nas expectativas, houve piora no sentimento dos brasileiros em relação ao país.

Entre os aspectos econômicos, o índice que revela mais otimismo com o futuro é o da própria situação econômica: 143. Quando questionados sobre o passado, porém, os resultados apenas oscilaram: 47% disseram que sua situação piorou em relação aos últimos meses (eram 50%), 12% consideram que melhorou (eram 10%), e 40%, que não mudou (eram 38%).

Embora tenham melhorado, são pessimistas -estão abaixo de 100- os índices de expectativa de poder de compra, desemprego e inflação.


Endereço da página:

Links no texto: