Folha de S. Paulo


Economia dos EUA cresce 0,7% no 1º tri, expansão mais fraca em 3 anos

A economia dos Estados Unidos cresceu no ritmo mais fraco em três anos no primeiro trimestre, com gastos do consumidor mostrando apenas ligeira alta e as empresas investindo menos em estoques, um potencial revés para a promessa do presidente Donald Trump de impulsionar o crescimento.

O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu à taxa anual de 0,7% depois de o governo reduzir os gastos com defesa, informou nesta sexta-feira (28) o Departamento do Comércio americano. Foi o desempenho mais fraco desde o primeiro trimestre de 2014.

A economia havia crescido ao ritmo de 2,1% no quarto trimestre.

Economistas consultados pela Reuters esperavam aumento do PIB de 1,2% no primeiro trimestre. A pesquisa, entretanto, foi realizada antes da divulgação dos dados preliminares na quinta-feira sobre deficit comercial e estoques, que levaram muitos economistas a reduzir suas estimativas de expansão no primeiro trimestre.

PIB dos EUA - Variação trimestral

O ritmo de crescimento do primeiro trimestre, entretanto, não é uma fotografia real da saúde da economia. O mercado de trabalho está perto do pleno emprego e a confiança do consumidor se aproxima de máximas de vários anos, sugerindo que a desaceleração provocada principalmente pelo clima nos gastos do consumidor é provavelmente temporária.

Uma medida de demanda doméstica privada aumentou à taxa de 2,2% no primeiro trimestre. Mesmo com questões sazonais e temporárias, economistas dizem que será difícil para Trump cumprir a promessa de elevar o crescimento anual do PIB para 4%, sem aumentos na produtividade.

O crescimento dos gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica norte-americana, ficou em 0,3% no primeiro trimestre. Esse foi o ritmo mais lento desde o quarto trimestre de 2009 e vem depois da robusta taxa de 3,5% no quarto trimestre.

A fraqueza nos gastos do consumidor deve-se a um inverno ameno, que afetou a demanda por aquecimento e serviços. A inflação mais alta, que levou o índice de gastos de consumo pessoal à taxa de 2,4% no primeiro trimestre —a mais alta desde o segundo trimestre de 2011— também pesou sobre os gastos do consumidor.

Economistas acreditam que as autoridades do Fed (Federal Reserve) devem ver tanto os gastos fracos do consumidor quanto o crescimento do PIB como algo temporário quando se reunirem na próxima semana. A presidente do Fed, Janet Yellen, havia descrito anteriormente o PIB trimestral como algo com "ruído".

A expectativa é que o Fed mantenha a taxa de juros na próxima semana. O banco central elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual em março e prevê mais dois aumentos neste ano.


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