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PDT expulsa deputado que votou a favor de reforma trabalhista

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 26-04-2017, 12h00: Votação da Reforma Trabalhista no plenário da câmara dos deputados. Parlamentares do PT e da oposição fazem protesto com caixões e cruzes alegando a morte da CLT. Eles subiram na mesa diretora e se postaram atrás do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia se irritou com o protesto e chegou a tentar derrubar um caixão de isopor segurado por um dos deputados. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Votação da reforma trabalhista no plenário da Câmara dos Deputados

Oposição ao governo Michel Temer, o PDT anunciou nesta quinta-feira (27) que vai expulsar o deputado Carlos Eduardo Cadoca (PE) por ter votado a favor da reforma trabalhista.

O texto-base da proposta foi aprovado na noite de quarta-feira (26) por 296 votos a favor e 177 contra. A votação de emendas avançou pela madrugada desta quinta.

"Diante do resultado da votação da reforma trabalhista ocorrida na noite de ontem, em Brasília, a executiva nacional do PDT decide, ad referendum, pela expulsão do parlamentar Carlos Eduardo Cadoca", diz o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, em nota.

De acordo com o comunicado, a decisão de expulsar o parlamentar, segue o que ficou definido pela convenção do partido, em março, quando se fechou questão contrária às reformas do atual governo, "que ataca e retira direitos dos trabalhadores brasileiros."

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"O PDT tem suas raízes históricas e lutas sempre em favor do trabalhador brasileiro. No momento que um governo ilegítimo, imoral e sem qualquer apoio popular decide atacar diretamente as conquistas trabalhistas, o PDT tem a obrigação de ficar ao lado do trabalhador brasileiro", afirma Lupi na nota.

Apesar do apoio do deputado oposicionista, praticamente todos os partidos da base aliada registraram traições.

O próprio PMDB, partido de Michel Temer, registrou sete deputados votando contra o projeto do Palácio do Planalto.

Proporcionalmente, as maiores infidelidades ocorreram nas bancadas do Solidariedade (8 votos a 5 contra o governo) e do PSB (16 votos contra e 14 a favor), partido que fechou questão contra as reformas de Temer.

OUTRO LADO

Em nota, Cadoca afirma que sua atuação no PDT "sempre foi de absoluta transparência".

"A decisão de votar a favor da reforma da Previdência e da reforma trabalhista, que considero fundamentais e necessárias para a recuperação econômica do país, sempre foi explícita. Não agi às escondidas nem promovendo qualquer tipo de voto surpresa. É essa a minha postura em mais de 30 anos de mandatos", afirmou o parlamentar.

Cadoca afirmou ter deixado claro seu alinhamento com o governo de Michel Temer quando ingressou no PDT, e que o partido havia anunciado postura de "independência", apesar de agora, segundo ele, ter decidido seguir o "nocivo caminho do radicalismo político".

O deputado termina o comunicado criticando Carlos Lupi.

"Não recebo lição ética nem moral de uma figura como Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, que foi demitido do governo Dilma acusado de corrupção", afirmou Cadoca.


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