Folha de S. Paulo


Empreendedor deve saber 'destruir' negócio antes que concorrência o faça

Zanone Fraissat/FOLHAPRESS
SAO PAULO/SP BRASIL. 10/04/2017 - Roberto Zuccolo, diretor da empresa Entreposto, nascida como antiquario a empresa se lancou no ramo dos tecidos de decoracao.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, ESPECIAIS)***EXCLUSIVO***
Roberto Zuccolo, diretor da Entreposto, na loja da marca de tecidos, em São Paulo

A empresa de transmissão de vídeos ao vivo Netshow.me foi criada há três anos como plataforma de apresentações musicais pela internet.

"O modelo era bom, mas exigia uma escala muito grande de artistas usando a ferramenta para que sobrevivêssemos", conta Rafael Belmonte, um dos fundadores.

Após um ano e meio de atividades, o empreendimento recebeu um investimento da Wayra, aceleradora de start-ups do grupo Telefónica. Os relatórios de resposta do mercado cobrados pela instituição levaram a uma mudança profunda no negócio.

"Nós percebemos que empresas pagariam para usar uma solução profissional de transmissão ao vivo em suas estratégias de marketing", afirma Belmonte. "Fizemos mudanças baseados nessa oportunidade."

A ferramenta passou a ter novas opções de interação, como a captura de informações da audiência e a possibilidade de vender um produto ao vivo.

Hoje, são cerca de 150 transmissões ao vivo por mês para mais de 40 clientes. "Destruímos nosso antigo modelo de negócios antes que o concorrente o fizesse", afirma Belmonte.

Segundo ele, a empresa cresceu oito vezes durante o ano passado e deve fechar o mês de abril com um faturamento mensal de R$ 300 mil.

Empresas de tecnologia, como a Netshow.me, precisam se renovar o tempo todo, mas, segundo Leonardo Donato, sócio-líder de mercados estratégicos da consultoria EY, todos os tipos de negócio precisam promover transformações em algum nível.

A inteligência de mercado e a experiência com o cliente vão indicar a hora e o jeito de se transformar.

"Investir em conhecimento é fundamental para montar uma estratégia", diz Donato. "Sem essas informações é possível que escapem variáveis indispensáveis para estruturar a mudança."

O VELHO E O NOVO

Conhecida hoje pelos tecidos para decoração, a Entreposto foi fundada, há cerca de 20 anos, com o foco em móveis e objetos.

A primeira linha de tecidos foi lançada em 2005, mas, segundo Roberto Zuccolo, diretor da empresa, a decisão de que esse produto seria o foco do empreendimento não foi imediata. "Só em 2011, observando o mercado, sentimos segurança para mudar."

Os desafios, segundo Zuccolo, estavam em abrir mão de uma fonte de faturamento e fazer a transição de maneira a agradar clientes antigos e novos. A escolha foi por manter os móveis e os objetos e diversificar os tecidos, lançados em duas coleções por ano.

"Assim os consumidores antigos poderiam se sentir em casa ao entrar na loja, e os novos conseguiam encontrar o que lhes agradava", afirma Zuccolo.

Os tecidos, que em 2009 representavam 10% do faturamento, agora atingem 80%. O valor de venda do metro varia de R$ 48 a R$ 498. Nos três primeiros meses de 2017, o crescimento ficou em 12%.

Risco de quebra


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