Folha de S. Paulo


Maconha disputa espaço com tatuagem 'hi-tech' em festival nos EUA

Divulgação
Tecnologia DuoSkin, criada no no MIT, usa folha de ouro para criar tatuagens sensíveis ao toque

Luvas mágicas japonesas, tatuagens tecnológicas e uma série de firmas de cannabis se concentraram atrás de atenção nos Estados Unidos, durante uma semana do South by Southwest (SXSW), no último mês em Austin, capital do Texas.

A parte tecnológica do festival, que na última década desbancou em importância a divisão musical, organiza prêmios, centenas de painéis e um gigante salão de exibição, onde start-ups do mundo todo disputam o tempo dos frequentadores, muitas vezes investidores de olho em novidades.

Na 20ª edição do Interactive Innovation Awards, 65 firmas finalistas mostraram como funcionam seus produtos, em 13 categorias como saúde, sistema bancário e soluções urbanas. A Clever Kash, de um banco da Nova Zelândia, exibia seu simpático cofre digital em forma de elefante para ensinar crianças a lidar com dinheiro e poupar. Já a engenheira e artista Cindy Hsin-Liu Kao exibia tatuagens temporárias que faziam funcionar aparelhos.

"No futuro, quando você entrar num estúdio de tatuagem, vai sair com uma tattoo assim, que não é apenas sofisticada tecnicamente, mas também será uma extensão sua", disse Cindy, que criou a DuoSkin no MIT Media Lab, do Massachusetts Institute of Technology, em colaboração com a Microsoft Research.

A DuoSkin, que saiu vencedora na categoria "Ficção Científica Não Mais", usa folha de ouro para criar tatuagens sensíveis ao toque que podem controlar ações num celular, por exemplo, ou mesmo mudar de cor de acordo com a temperatura do corpo. A premiação também destacou a rede social de procura de empregos Blendoor e um aparelho de injeção sem agulha da Portal Instruments.

Entre os painéis, o público lotou a sala para ver "Start-ups Esquisitas da Universidade de Tóquio". Apesar do título curioso, o empresário Tomy Kamada, famoso por fundar e investir em diversos projetos, deu um panorama da indústria no país, especializada em robótica e tecnologia pesada, como satélites. Já o professor Taketo Sugawara explicou como sua incubadora funciona.

"Minha responsabilidade é cuidar e administrar pesquisas e estudantes esquisitos, basicamente. É um trabalho difícil", disse Sugawara, rindo. "Mas vamos lembrar que muitas tecnologias de ponta de hoje vem justamente destas pesquisas."

A engenheira Yuka Fukuoka, que teve dificuldades na infância por gaguejar, mostrou seu aparelho que simula o problema em pessoas normais. Usado em volta do pescoço, Stacha solta descargas elétricas, com o intuito de fazer o usuário entender e simpatizar com quem é gago. Outras firmas apresentadas foram a Exiii, que cria braços robóticos em 3D para amputados, e a Groove, uma luva luminosa para dançarinos poderem controlar a música e a luz com simples gestos.

MACONHA

Enquanto o Japão é um convidado frequente do SXSW, uma nova indústria ganhou espaço nobre neste ano pela primeira vez: maconha. Diversas empresas exibiram seus produtos, desde pílulas para cólicas menstruais até aplicativos de sistema móvel bancário.

Também pela primeira vez uma empresa do setor foi patrocinadora do SXSW, a Leafly, site de maconha com 10 milhões de visitas por mês.

Outros 13 painéis foram selecionados, incluindo um com a fundadora do Poseidon Asset Management e outro com o criador do 420 Games, uma série de eventos esportivos para promover o uso saudável da planta e tirar seu estigma de usuários preguiçosos.


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