Folha de S. Paulo


Economia da China cresce 6,9% e supera meta do governo

A economia da China cresceu acima do esperado no primeiro trimestre diante de gastos mais altos do governo em infraestrutura e um boom imobiliário que ajudou a produção industrial a ter o ritmo mais forte em mais de dois anos.

O crescimento de 6,9% do PIB (Produto Interno Bruto) foi o mais forte em seis trimestres, com números de investimentos, vendas no varejo e exportações em março acima do esperado.

Mesmo com a promessa de autoridades para reprimir os riscos da dívida, o financiamento social total da China, uma medida ampla de crédito e liquidez na economia, atingiu um recorde de 6,93 trilhões de iuanes (US$ 1 trilhão) no primeiro trimestre —aproximadamente o tamanho de economia do México.

Ao mesmo tempo, os gastos dos governos central e locais aumentaram 21% em relação ao ano anterior.

Isso ajudou a acelerar o ritmo de crescimento no primeiro trimestre para além da meta do governo em 2017 de cerca de 6,5%, superando também a expectativa de economistas de 6,8% na comparação anual.

Em março, a produção industrial da China cresceu 7,6% sobre o ano anterior, enquanto os investimentos em ativo fixo avançaram 9,2%, ambos superando as expectativas.

Analistas esperavam expansão da produção industrial de 6,3%, e de 8,8% para o aumento do investimento em ativo fixo.

Já as vendas no varejo avançaram 10,9% em março na comparação anual, contra expectativa de avanço de 9,6%.

CAUTELA

O otimismo com a recuperação é contido por grande parte dos analistas analistas que afirmam que o primeiro trimestre pode ser o melhor que a China terá neste ano. A preocupação por parte deles é pela dependência de estímulos e de motores de crescimento da "velha economia", principalmente da indústria siderúrgica e do mercado imobiliário, que está mostrando sinais de superaquecimento.

"O governo chinês tem uma tendência de contar com o desenvolvimento de infraestrutura para sustentar o crescimento no longo prazo", disseram economistas do ANZ em nota.

"A pergunta que precisamos fazer é se esse modelo liderado pelo investimento é sustentável, já que as autoridades têm dificuldade de controlar o crédito. Nós precisamos prestar atenção se a liderança da China vai enviar um sinal mais forte para apertar a política monetária em breve."


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