Folha de S. Paulo


Justiça mantém prisão preventiva de funcionário da Seara

Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress
Agentes chegam na Superintendência da PF em Curitiba com documentos apreendidos na Operação Carne Fraca; JBS, BRF e Seara são alvos
Agentes chegam à Superintendência da PF em Curitiba com documentos apreendidos na Carne Fraca

A Justiça Federal do Paraná decidiu manter a prisão preventiva de Flavio Evers Cassou, funcionário da Seara, empresa pertencente à JBS. Cassou teve a prisão decretada em 17 de março por suposto envolvimento na operação Carne Fraca.

De acordo com o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, a revogação da prisão preventiva de Cassou neste momento colocaria em risco a saúde pública e o andamento das investigações, diante da possibilidade de destruição de provas e coação de outras pessoas envolvidas no esquema.

Segundo a investigação da Polícia Federal, o funcionário dava dinheiro e alimentos a fiscais em troca da liberação de certificados sem que fosse realizada fiscalização.

vídeo operação Carne Fraca

"É bastante provável, para não dizer certo, que em liberdade, poderá influenciar negativamente na investigação, quer coagindo envolvidos já identificados e também aqueles ainda não identificados, quer destruindo provas ou, ainda, ocultando recursos financeiros obtidos a partir das práticas delitivas, assim reduzindo a possibilidade de avanço efetivo da investigação", afirmou o juiz em decisão publicada neste sábado (8).

"Em virtude da possibilidade concreta do cometimento de novos delitos, com riscos diretos inclusive para a saúde pública dos consumidores, para a garantia da ordem pública e a ordem econômica justifica-se a custódia cautelar", disse Josegrei.

OPERAÇÃO CARNE FRACA
PF deflagra ação em grandes frigoríficos

A operação Carne Fraca investiga a existência de uma suposta organização criminosa liderada por fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, que, com o pagamento de propina, facilitavam a produção de produtos adulterados, emitindo certificados sanitários sem fiscalização.

Ela revelou até mesmo o uso de carnes podres, maquiadas com ácido ascórbico, por alguns frigoríficos, a re-embalagem de produtos vencidos e até papelão na produção de embutidos.

Contatada, a JBS declarou por meio de sua assessoria que "não compactua com qualquer desvio de conduta de seus funcionários e acompanha o caso para tomar todas as medidas cabíveis. A Companhia não vai se manifestar sobre o conteúdo da investigação nem do depoimento, uma vez que a defesa do funcionário segue de forma independente".

A empresa também afirmou que "o profissional é funcionário da Seara, cedido ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conforme regulamentação vigente e atualmente está com seu contrato de trabalho suspenso".

Editoria de Arte/Folhapress
OPERACÃO CARNE FRACA - Como funcionava o esquema, segundo a PF
OPERACÃO CARNE FRACA - Como funcionava o esquema, segundo a PF

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